Os 4,1 milhões de estudantes que participaram do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no fim de semana terão acesso à redação corrigida a partir de 15 de fevereiro.

É a primeira vez no Enem que o candidato poderá seu ver texto corrigido no site do Inep (órgão responsável pelo exame). Para isso, terá de usar sua senha de inscrição.

Além da nota global, cada uma das cinco competências avaliadas terá sua pontuação -a nota varia de 0 a 1.000.

Entre as competências estão, por exemplo, a capacidade de demonstrar domínio da língua escrita e de relacionar opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

O presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, afirmou que, em situações especiais, a redação poderá ser solicitada via correio. “Ninguém vai deixar de ser atendido.”

A correção das redações começa na próxima semana. Até lá, os profissionais envolvidos na tarefa passarão por mais um treinamento, agora com o tema da redação em mãos.

Nessa última etapa, o Inep fará um teste para “calibrar” a correção. “Que não atender ao padrão será excluído”, disse Costa, em referência a avaliadores que, durante a dinâmica, aplicarem nota muito discrepante das demais.

Ao todo, serão 5.683 corretores, que terão auxílio e supervisão de outros 703.

Neste ano, os critérios de correção da redação foram alterados. No ano passado, o Inep recebeu cerca de 120 pedidos judiciais de candidatos para ter acesso à correção.

Antes, a redação passava por no máximo três corretores. Agora, poderá ser analisado por até seis.

O Ministério da Educação estima que 200 mil redações (pouco menos de 5%) cheguem à última instância do processo, devido a discrepância da nota concedida pelos avaliadores.

O MEC defendeu ontem a escolha do tema da redação: movimentos migratórios para o Brasil no século 21. O ministro Aloizio Mercadante (Educação) reconheceu que o assunto surpreendeu os candidatos.

“As pessoas não podem só trabalhar com o previsível. É a formação abrangente que permite responder com criatividade e consistência, e a prova trazia alguns exemplos que ajudavam na reflexão.”

Para o presidente do Inep, o tema “permite ao estudante colocar sua posição com liberdade”.