No Brasil, conforme o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), na noite de domingo, 7/6, 36.455 pessoas morreram vítimas do novo Coronavírus. Apesar do impacto epidemiológico e da existência de alguns tratamentos experimentais com boas expectativas, não há ainda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), vacinas ou medicamentos específicos contra o vírus.
Com o objetivo de contribuir para acelerar a descoberta de antivirais, pesquisadores do Departamento de Informática, Gestão e Design do Campus Divinópolis, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), em parceria com o pesquisador Alex Gutterres Taranto, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), estão desenvolvendo o projeto de extensão “Utilização de técnicas de desenvolvimento racional de fármacos no desenvolvimento de Antivirais contra a COVID-19”. A iniciativa, coordenada pelo professor Eduardo Habib, foi aprovada no edital n°32 da Diretoria de Extensão e Desenvolvimento Comunitário (DEDC) para ações de enfrentamento ao vírus.
O projeto consiste na realização de experimentos computacionais para a avaliação de mais de 13.500 compostos (entre medicamentos já aprovados e disponíveis no mercado e medicamentos ainda em fase de testes) e identificação de quais desses são mais propensos a agir contra o Coronavírus. Essa mesma abordagem já vem sendo aplicada pelos pesquisadores, com sucesso, na seleção de moléculas ativas contra os arbovírus Dengue, Mayaro, Zika e Malária.
Vencida a etapa da identificação e seleção desses compostos, o grupo irá disponibilizá-los para equipes que atuam na área de desenvolvimento de fármacos. A proposta é que, dessa forma, elas economizem tempo e custos no desenvolvimento de moléculas com atividade antiviral contra o Coronavírus. Todo esse processo será realizado utilizando um programa desenvolvido pelo próprio grupo, o MolAr.
“O possível avanço científico e tecnológico desse projeto, somado aos projetos anteriores e posteriores na área de desenvolvimento de fármacos, poderá permitir que o Brasil passe de uma posição de simples consumidor para descobridor de novos agentes terapêuticos”, ressaltou o coordenador do projeto.
A equipe também pretende importar os dados para o MolAr e, com isso, facilitar futuros estudos computacionais para quaisquer alvos, visto que uma grande base de dados de possíveis candidatos a medicamentos já estará disponível gratuitamente para os usuários do software na página Drugdiscovery.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)