Cefet/RJ e instituições europeias desenvolvem máquina para exploração espacial

A criação de condições atmosféricas favoráveis à colonização humana em outros planetas é o objetivo de uma parceria firmada pelo Cefet/RJ com a Universidade Livre de Amsterdã, a Academia Willem de Kooning da Universidade de Ciências Aplicadas de Roterdã e a Agência Espacial Europeia. As instituições se uniram para desenvolver uma “máquina simbiótica para exploração espacial”, com a previsão do lançamento de um protótipo à Lua em 2019. O projeto conta com um financiamento de ?235 mil euros (aproximadamente R$ 1 milhão) e será desenvolvido em dois anos.

A máquina simbiótica será composta por um material transparente biodegradável contendo um sistema de irrigação autônomo destinado ao cultivo de plantas e algas. A estrutura exercerá duas funções principais, cada uma com um ciclo de vida próprio. No primeiro ciclo de vida, a máquina irá inalar dióxido de carbono e exalar oxigênio, em um processo mediado pelo cultivo das plantas. No segundo, a estrutura irá colher o material exalado pelas plantas e algas como um material ativo para a fotossíntese que será realizada por células solares.

O projeto envolve quatro linhas de pesquisa. A expertise sobre o cultivo de plantas e algas, os aspectos químicos e físicos da fotossíntese e a construção das células biossolares está a cargo do grupo de biofísica LaserLab, da Universidade Livre de Amsterdã. O LaserLab também é responsável pela concepção e pesquisa da visualização de ecossistemas aéreos. O design dos módulos da máquina simbiótica é atribuição do laboratório Synergetica, da Academia Willem de Kooning. O Cefet/RJ coordena o desenvolvimento da engenharia mecânica da máquina.

“No Cefet/RJ, o projeto aliará pesquisa e ensino. Além dos docentes envolvidos, os alunos da graduação também terão a oportunidade de participar do desenvolvimento da engenharia mecânica da máquina simbiótica”, explica o vice-diretor, Mauricio Motta. Em sua avaliação, a participação no projeto internacional permite ao Cefet/RJ “cumprir sua função na sociedade, com o desenvolvimento de uma pesquisa de ponta de grande relevância”.

O projeto vai além dos objetivos espaciais, estabelecendo como meta também a melhoria das condições de vida na Terra. Como a biomáquina foi projetada para captar a energia fornecida por organismos fotossintéticos e ampliá-la, a proliferação de algas nocivas em locais como rios poluídos pode servir como fonte para acionar o mecanismo de fotossíntese da máquina, contribuindo para a purificação do ambiente.