Cresce o número de bolsas de iniciação científica para educação básica nas universidades

Ex-aluno de iniciação científica, Willian Apolinário continua seus estudos no laboratório da USP e já pensa no mestradoFoto: Agência O Globo / Eliaria Andrade

Ex-aluno de iniciação científica, Willian Apolinário continua seus estudos no laboratório da USP e já pensa no mestrado Agência O Globo / Eliaria Andrade

SÃO PAULO – Obter o diploma de um curso superior nem passava pela cabeça do estudante Willian Apolinário até 2011. Aluno de uma escola estadual de uma área pobre de Diadema, na região do ABC Paulista, ele planejava, no máximo, fazer um curso técnico profissionalizante e “achar um emprego numa firma”. Hoje frequentando a universidade, ele sonha fazer mestrado numa das instituições mais renomadas do país.

Willian nunca tinha pisado num laboratório até que, no 3º ano do ensino médio, passou a fazer iniciação científica e a frequentar o laboratório de Engenharia Mecatrônica da Universidade de São Paulo (USP) com um grupo de colegas de escola, ganhando uma bolsa de R$ 100. Desde então, o garoto que chegou a estourar disjuntores da escola, mas se mostrava interessado em fazer cursos, viu seus horizontes se abrirem.

Willian faz parte de um grupo de adolescentes que teve a oportunidade de fazer iniciação científica antes mesmo de passar para uma faculdade. Ainda no ensino médio, eles frequentam laboratórios e salas de universidades e participam de pesquisas, aproximando-se mais cedo da ciência. É comum estes jovens melhorarem seu desempenho escolar e descobrirem mais facilmente que profissão querem seguir.

— A iniciação científica muitas vezes tira o aluno da rua e lhe dá uma visão mais ampla; mostra que ele que pode ser participante de um grupo de pesquisa. Há crianças de nível social baixo que encontram oportunidades de crescer — diz Lucimar Almeida, coordenadora de programas acadêmicos do CNPq.

Faculdades brasileiras estão aumentando o número de vagas disponíveis para alunos do ensino médio em projetos de iniciação científica. Na Universidade de São Paulo (USP), 382 alunos frequentavam os campi em 2008, número que passará a 622 ainda este ano, com bolsas concedidas pelo CNPq e também pela iniciativa privada.

Aprendendo a pesquisar

O CNPq, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, também aumentou o número de bolsas oferecidas para alunos de iniciação científica. Atualmente, são 14.537 alunos recebendo bolsas de R$ 100 pelo período de um ano, num investimento que soma R$ 17,4 milhões anuais. Há oportunidades para todas as áreas de conhecimento.

O CNPq tem três tipos de bolsa para iniciação científica no ensino básico, todas com o mesmo valor. Um deles é oferecido por meio de convênios com fundações estaduais de amparo à pesquisa (são 4.359 bolsas), outro resulta de parceria direta com universidades (somando 5.678) e um terceiro se destina exclusivamente para os medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). A quantidade de bolsas dos dois primeiros tipos não mudou nos últimos anos, mas a reservada aos premiados na OBMEP aumentou. Atualmente, 4.500 agraciados na olimpíada são beneficiados. No biênio 2010/2011, eram três mil, e, em 2016, serão 12 mil bolsistas dos ensinos fundamental e médio. A maioria dos bolsistas do CNPq é de ensino médio, pois os alunos de ensino fundamental só são contemplados caso sejam premiados na OBMEP.

Quatro vezes medalhista na OBMEP, o carioca Cesar Pontes de Oliveira Junior, de 16 anos, recebe orientação científica on-line de professores que o desafiam a estudar conteúdos mais avançados de Matemática do que os que vê nas aulas do 2º ano do ensino médio. Bolsista desde 2010, ele já fez iniciação científica com um grupo de medalhistas, frequentando aulas mensais no Colégio Militar, e toda semana recebe uma série de exercícios para fazer em casa.

— O objetivo não é tirar boa nota, é a gente aprender a ser autodidata. Eu gosto do programa porque a matéria é complicada; são assuntos que a gente não vê na escola — diz Cesar, que já usou o dinheiro da bolsa para ajudar o pai a comprar um computador.

Em muitos casos, a iniciação científica é feita levando o aluno da educação básica para dentro da universidade. Por meio de encontros semanais com um professor tutor, os adolescentes passam a frequentar laboratórios e descobrem como pesquisar.

— Eles aprendem primeiro sobre conceitos metodológicos. Depois, têm noções de algumas disciplinas como Cálculo, Física e Lógica, e só após isso desenvolvem um projeto, colocando a mão na massa no nosso laboratório de Mecatrônica, mexendo em equipamentos — explica Diolino José dos Santos Filho, professor de Engenharia Mecatrônica da Universidade de São Paulo (USP).

Santos Filho orienta grupos de alunos de uma escola estadual de São Paulo na USP, e diz que os jovens passam a perceber, na iniciação científica, o potencial que têm:

— A ideia é que os alunos passem adiante, para a comunidade deles, os conhecimentos que adquirem aqui. Eles começam a raciocinar por outros métodos e os aplicam em suas vidas.

Fazer parte do grupo do professor não é fácil. Só para ir de Diadema, onde moram, à cidade universitária, os alunos levam duas horas e pegam cinco conduções. Também recebem bastante material para leitura.

— Antes, eu não pensava em ir para a faculdade. Achava que tinha que trabalhar e deixar os estudos um pouco de lado. O professor conseguiu implantar o gosto pela pesquisa na gente, queria que a gente tivesse um pensamento crítico. Valeu a pena o sacrifício. Se eu não tivesse feito iniciação científica, não estaria fazendo curso superior hoje — afirma Willian Apolinário, que deseja ter Santos Filho como seu orientador de mestrado.

Acreditando na importância de se envolverem com a iniciação científica, vários adolescentes paulistas, de famílias simples, abriram mão de empregos como jovens aprendizes para frequentar os laboratórios da USP.

— Larguei o meu emprego de garçom, em que ganhava sete vezes mais que a bolsa de iniciação científica, porque amo estudar. Meu vocabulário melhorou, e cresci muito com o projeto — conta Ítalo Fraitas, de 18 anos, que se prepara para tentar uma vaga em Engenharia Mecatrônica na USP.

Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), hoje há 43 alunos de ensino médio bolsistas de iniciação científica. Para facilitar o controle de frequência dos alunos, porém, a instituição só concede bolsas para estudantes do seu colégio de aplicação.

Faperj dobrou número de bolsas

A Universidade Federal Fluminense (UFF) está levando projetos de iniciação científica a mais escolas do estado. Há três anos, o projeto era realizado apenas em três colégios de Niterói. Hoje, chega a 15 escolas de várias cidades. Sempre no contraturno, os alunos passam pelo menos cinco horas por semana na universidade.

— O conteúdo que aprendemos na iniciação científica ajuda na escola. Algumas coisas que ouvimos nas aulas do colégio e que achamos estranhas acabam sendo fixadas após aprendermos sobre elas no projeto — conta Gleicyane Oliveira, 17 anos, que frequenta os laboratórios de Biologia da UFF.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) aumentou o número de bolsas de iniciação científica dadas a alunos de ensino médio pelo projeto Jovens Talentos nos últimos anos. Em 2007, eram 537 bolsistas em 25 cidades. Em 2012, 1.016 alunos em 45 municípios receberam R$ 210 por mês para participar de projetos de dez horas semanais. Para tanto, é preciso ter bom rendimento escolar e disponibilidade de horário, além de se interessar por pesquisa.

O Globo

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