Cristovam alerta para riscos de “tsunami” no setor econômico

Cristovam Buarque (PDT-DF) destacou ontem reportagem da revista Exame segundo a qual o país necessitará de 8 milhões de profissionais nos próximos cinco anos sem os quais, salientou o senador, a economia entrará em uma profunda crise – “um verdadeiro tsunami”.

Cristovam afirmou que importar mão de obra não é uma solução, treinar rapidamente as pessoas significa produzir bens de má qualidade que serão recusados lá fora e frisou que não há nenhuma saída emergencial, neste caso, que satisfaça.

– Como deixamos o Brasil ficar nessa situação e o que fazer para resolver isso de uma maneira estrutural, permanente, definitiva? O que provocou isto? O silêncio diante da crise educacional brasileira – declarou o senador.

Para Cristovam, a solução está na educação de base de qualidade para todos. Ele lembrou que os últimos governos deram prioridade sobretudo à educação superior, que, em sua opinião, está fracassando porque os alunos que entram hoje na universidade – “salvo alguns” – são incapazes de seguir um curso com seriedade.

Ele propôs que o Ministério da Educação dedique-se unicamente à educação de base, ficando as universidades ligadas à pasta da Ciência e Tecnologia. Para o senador, é preciso também criar uma carreira federal de professor e “publicizar” as escolas particulares.

– Publicizar significa que ela tem um dono, que o professor é funcionário daquela empresa, mas que quem paga a mensalidade é o governo e quem escolhe o aluno é o governo – explicou.

Cristovam apontou ainda a necessidade de um programa federal de qualidade escolar, com o objetivo de melhorar as instalações das escolas, desde a extinção das goteiras até o fornecimento de computadores.

– O futuro do país está na escola. Formar bem não se faz só emergencialmente, e sim com programa em que o país adote como objetivo garantir toda criança na escola e qualidade a toda escola.