De zero a dez

Um aluno conseguiu na Justiça, pela primeira vez desde o novo formato do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a revisão de sua nota de redação. Inconformado por ter tido a prova anulada sob o argumento de que fugiu do tema, ele recorreu aos tribunais com a ajuda de sua escola, a Lourenço Castanho, em SP. De zero, a nota passou para 880 pontos.

TEMA
O MEC diz que não houve erro, já que “cada prova é corrigida, automática e obrigatoriamente, por dois corretores, de forma independente, sem que um conheça a correção feita pelo outro”. Em caso de discordância em até 300 pontos (de zero a mil), “um terceiro examinador” atribuirá nova nota, “que prevalecerá sobre as anteriores”. Foi o que ocorreu: o terceiro corretor também considerou que o estudante fugiu do tema.

TEMA 2

A partir daí, o assunto está encerrado e a única alternativa é recorrer à Justiça. Neste caso, a questão é reaberta e a nota pode ser revista por um conselho do consórcio que aplica a prova. O caso do jovem do Lourenço Castanho, no entanto, é único: de 28 demandas judiciais pedindo revisão em 2010, nenhuma logrou êxito, diz o MEC. Neste Enem, já são 16 ações -e só este caso foi revisto até agora.

TURBINADO
Ainda o MEC: Aloizio Mercadante, que tomará posse ainda neste mês, administrará orçamento de R$ 85,9 bilhões neste ano. Há dez anos, o orçamento era de cerca de R$ 30 bilhões, em valores constantes. “Os outros ministros, há uma década, administravam uma romiseta. Ele vai herdar uma Ferrari”, diz ex-dirigente da pasta.