Dilma pede ao Google internet na Amazônia

Em seu quinto e último dia de viagem pelos Estados Unidos, a presidenta Dilma Rousseff chegou ontem à sede do Google, em São Francisco, a bordo de um carro autônomo desenvolvido pela empresa e que não necessita de motorista. Ao desembarcar e ser recepcionada pelo presidente-executivo do Google, Erick Schmidt, a presidenta brincou: “Eu acabei de descer do futuro”. Ela disse que ficou “enormemente impressionada” com o avanço tecnológico do veículo que a conduziu ao complexo da empresa do Vale do Silício.

Em reunião com Schmidt e com altos executivos do Google, a presidenta expressou sua vontade de que a internet seja levada a áreas ainda desconectadas no território nacional. “Estamos tentando equalizar o problema da comunicação na Amazônia”, disse Dilma, em pronunciamento em São Francisco, cidade onde ela chegou na terça-feira à noite, depois de cumprir agenda oficial em Washington, com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Schmidt, por sua vez, expressou, em comunicado, sua intenção de ampliar o centro de engenharia do Google em Belo Horizonte. “É uma visita muito oportuna, duas semanas antes de comemorarmos nosso décimo aniversário no Brasil”, disse o executivo.

Ontem pela manhã, antes da visita ao Google, Dilma foi recebida pela presidente da Universidade da Califórnia, Janet Napolitano, e pelo reitor da Universidade de Berkeley, Nicholas Dirks. A reunião teve como objetivo a ampliação de parcerias na área da educação e o intercâmbio de pesquisadores entre instituições dos dois países. Os ministros da Educação, Renato Janine Ribeiro, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebe lo, além de representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), também participaram da reunião.

O ministro Rebelo afirmou que há um interesse do Brasil em promover a expansão do programa de pesquisa e formação de brasileiros nas universidades americanas nas áreas de engenharia, biotecnologia, algoritmo e algumas outras carreiras de interesse do país. Segundo Aldo Rebelo, a reunião foi construtiva e houve a demonstração da parte da comitiva de que professores, pesquisadores e estudantes dos Estados Unidos estejam presentes em centros e institutos de universidades brasileiras.

Ele afirmou que Janet Napolitano já tinha conhecimento da “presença brasileira nas universidades americanas e demonstrou toda boa vontade e todo interesse em colaborar para que o Brasil amplie a sua presença e que seja também ampliado o intercâmbio”, observou o ministro. Após os compromissos, a presidenta participou de um almoço oferecido pela ex-secretária de Estado dos Estados Unidos Condoleezza Rice. Dilma também conversou e posou para fotos com Condoleezza na Universidade de Stanford, onde a ex-secretária da administração de George W. Bush é professora de Ciência Política.

A agenda presidencial de ontem incluía, ainda, uma reunião no SRI International, o antigo Instituto de Pesquisa da Universidade de Stanford, hoje um dos mais importantes centros de excelência na área de inovação do mundo, onde estava previsto que Dilma fosse recebida pelo presidente da entidade, o PhD em Astronomia, Bill Jeffrey. Em seguida, segundo o Palácio do Planalto, a presidenta teria outra reunião, desta vez com empresários do setor aeroespacial.

A última agenda de Dilma pelos Estados Unidos, antes do retorno ao Brasil, foi uma visita ao Centro de Pesquisas da NASA. A visita da presidenta a Nova York (onde encontrou empresá- rios e investidores), Washington (para visita de Estado e reunião com o presidente Barack Obama) e São Francisco visam estreitar as relações entre os dois países, um ano e dez meses depois que Dilma cancelou sua viagem, após denúncias de espionagem da agência de segurança dos EUA, a NSA.


Eduardo Miranda – Brasil Econômico