E Deus criou a mulher…

 O título deste artigo – que tomo de empréstimo do famoso filme de Roger Vadim (1956), que canonizou a imagem da atriz francesa Brigitte Bardot – remete ao episódio descrito no livro bíblico de Gênesis, no qual Deus, com graça e generosidade, brinda a raça humana com a primeira de todas as mulheres, Eva. Poderia evocar diversos adjetivos para qualificá-las, mas prefiro as palavras do escritor Luís Fernando Veríssimo, que, em sua conhecida crônica “Mulheres”, afirma que elas “(…) São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós (…) não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral”.

 Iniciei este texto propositalmente de forma poética para homenagear todas as mulheres por ocasião da passagem do Dia Internacional da Mulher – comemorado sexta-feira, dia 8 –, e também como forma de chamar a atenção sobre alguns dados importantes que dizem respeito à questão feminina.

Começo pelo nosso Estado, onde o juiz titular da Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Luís, Nelson Rêgo, divulgou na semana passada uma pesquisa feita a partir dos dados do atendimento diário realizado no âmbito daquela Vara e do “Grupo Reflexivo de Gênero”, voltado para atender aos autores da violência e para propor ações socioeducativas desenvolvidas por assistentes sociais e psicólogos. Em cinco anos, foram sentenciadas 5.971 medidas protetivas, as quais incluem o afastamento do agressor do lar e o seu contato com a vítima. Isso, sem dúvida, foi um grande avanço no combate à terrível chaga que é a violência doméstica. O Brasil avançou muito na defesa dos direitos da mulher, contudo, mesmo com o advento da Lei nº 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, ainda há a necessidade de campanhas públicas para dizer o óbvio.

 Três pesquisas recentes retratam um cenário ainda sombrio nessa área, e são um alerta para o que ainda falta para termos uma sociedade livre da violência contra a mulher. Do Instituto Avon/Ipsos (2011), destaco: 6 em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. Machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência. Do total de 94% que conhecem a Lei Maria da Penha, apenas 13% sabem seu conteúdo. A Fundação Perseu Abramo (2010) constatou que 91% dos homens dizem considerar que “bater em mulher é errado em qualquer situação”. Uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência por parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”. O parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais de 80% dos casos reportados. E, por fim, o DataSenado (2009) revela: o medo continua sendo a razão principal (68%) para impedir a denúncia dos agressores.

 Essas informações evidenciam que a luta nessa área é de todo o corpus social. Indica amadurecimento do país, equilíbrio que supera a disputa, antes evidente e até estimulada, entre os sexos. Supera também o padrão sexista de sociedade – quando um dos gêneros é reificado, reduzido ao seu sexo – para um modelo baseado na cooperação, utilizando o potencial que cada gênero pode oferecer à paz, ao progresso e à justiça social. Neste momento, em que já temos as ferramentas necessárias ao combate, é preciso ampliar a educação, o acesso livre e desimpedido aos mecanismos institucionais que permitem a quem sofre violência ser protegido e receber a reparação por seu direito aviltado. Compreendo que mais que prender o agressor, puni-lo e reeducá-lo – o que é necessário – é dar ao agredido (a) o poder de conhecer e acessar seu direito.

 Pode-se afirmar que o Brasil não está inerte a este desafio de combater a violência contra a mulher. Ainda nessa semana, foi aprovado, pelo Plenário da Câmara, o Projeto de Lei 60/99, que determina o atendimento imediato e multidisciplinar das vítimas de violência sexual, inclusive quanto aos aspectos psicológicos. A proposta segue agora para análise no Senado. Já no plano internacional, os Estados-membros da Organização das Nações Unidas estão participando em Nova York de um encontro para discutir a reação dos governos para o enfrentamento à violência de gênero. Todas essas iniciativas em relação à mulher se justificam, porquanto, ao desempenhar tarefas cada vez mais díspares, muitas vezes conciliando carreira, filhos, lar e estudos – com as preocupações inerentes a ela – a mulher também tem sido mais propensa às doenças da vida moderna, como depressão e problemas cardíacos.

 Por outro lado, podemos comemorar o inconteste fortalecimento e importância do papel que a mulher desempenha na sociedade, onde ela ocupa cada vez mais, com desenvoltura, os espaços outrora ocupados com exclusividade pelos homens, equilibrando força e sensibilidade.

 Acredito que cada um de nós, homens, temos muito a agradecer às mulheres por protagonizar ou coadjuvar nossa história, por fazer parte das nossas mais remotas lembranças, por nos oferecer um lar equilibrado, por nos ensinar, por nos entender, por nos amar. Jonh Lennon, em sua música “Woman”, diz: “afinal de contas, estou eternamente em dívida com você”. Certamente, todos estamos.

  E, como forma de dizer obrigado a todas pelo simples fato de existirem em nossas vidas, recorro ao poeta Vinícius de Moraes que, em seu belíssimo poema “Desespero da Piedade”, reservou um grande espaço para cantar e decantar as mulheres. Num dos trechos mais bonitos dessa obra, eis a síntese de uma oração que merece ser destacada:

“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade”.

E essas linhas poéticas motivam-me a externar: estou muito grato a Deus pela chegada de mais uma mulher em minha vida – minha mais nova neta, Cecília.

Natalino Salgado Filho – Reitor da UFMA / Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM, AMC e AML.
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