Educação padronizada (Editorial)

A Secretaria Municipal da Educação anunciou que vai seguir o governo do Estado e modificar os ciclos nos quais os alunos poderão ser reprovados no ensino fundamental.

Hoje, os estudantes de escolas públicas do Estado e do município só estão sujeitos a reprovação no final da quinta e da nona séries.

Esse sistema foi criado em 1998 tendo como um de seus objetivos diminuir o número de jovens que abandonavam a escola.

Foi uma boa ideia, embora tenha apresentado falhas. A falta de rigor e de aulas de reforço para os alunos de desempenho mais fraco acabaram criando novos problemas.

Como o ensino fundamental passou a ter nove anos, o governo de São Paulo estuda submeter o aluno a testes a cada três anos. Se não passar, o estudante repetirá de ano.

É melhor. Entre outras razões, porque o aluno precisa saber ler e escrever ao final de três anos que é quando deve haver a primeira prova.

Se deve ser assim no ensino estadual, é bom que o mesmo ocorra no municipal. Procedimentos padronizados nas duas redes só vão facilitar a vida de todos.

A mudança deve diminuir as críticas de quem, com razão, começava a desconfiar que a tal da “progressão continuada” estava virando bagunça.

Mas essas modificações não são suficientes. Os resultados de testes internacionais mostram que o Brasil ainda precisa melhorar muito o seu ensino.

No discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff afirmou que seu governo vai dar prioridade ao professor. É o que tem que ser feito. Sem mestres preparados e bem pagos não iremos muito longe.