Em 10 meses, pasta da Educação terá seu terceiro ministro

A gestão de Renato Janine no Ministério da Educação foi marcada por um orçamento limitado e certo incômodo com interferências externas na pasta –mais precisamente, do novo titular da Educação, que carrega o lema do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, Pátria Educadora.

Na tarde desta quarta-feira (30), estava previsto um encontro, no Palácio do Planalto, entre Janine e a presidente, para tratar de sua saída do governo. Aloizio Mercadante deve ser confirmado amanhã como o novo titular.

Professor de Ética e Filosofia Política na USP, Janine teve seu nome anunciado em meio a investigações do maior escândalo de corrupção no país, e num momento de fragilidade política da gestão petista. A necessidade de melhorar o relacionamento com a base aliada foi justamente o que motivou uma nova troca na Educação, quase seis meses após a posse de Janine.

“Uma semana intensa de trabalho no MEC me familiarizando com seus mil programas e sua equipe”, escreveu o ministro em rede social, no início de abril, dias antes de assumir o ministério.

Desde então, Janine anunciou uma forte redução no número de contratos do Fies (cerca de 57% a menos em relação a 2014), se viu diante da mais longa greve das universidades federais e divulgou dados “preocupantes” sobre a alfabetização de crianças matriculadas no 3º ano do fundamental público. “Este ano vai exigir muita paciência”, afirmou ele em entrevista publicada pela Folha no dia em que tomou posse na nova função.

TROCA DE CADEIRAS
Mercadante será o terceiro ministro da Educação desde janeiro deste ano –o primeiro nome escolhido para a pasta foi o do ex-governador do Ceará Cid Gomes,que deixou o posto após sessão conturbada no Congresso Nacional.

O petista deixou o MEC no início de 2014 para assumir a Casa Civil e seu retorno deve motivar novas alterações no ministério. Seu atual secretário-executivo, Marco Antonio de Oliveira, por exemplo, foi secretário de ciência e tecnologia para inclusão social quando Mercadante era o titular de Ciência e Tecnologia e, em seguida, foi nomeado para a secretaria de educação profissional do Ministério da Educação.
Flávia Foreque – Folha de São Paulo