“Enem” norte-americano também enfrenta escândalo

Ao todo, 20 estudantes estão sendo processados por trapacear no SAT, sistema de avaliação usado nos Estados Unidos

A avaliação escolar norte-americana que se assemelha ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é pivô de um escândalo educacional em Nova York, nos Estados Unidos. Segundo a promotoria afirma ao jornal Huff Post, o teste foi burlado por pelo menos 20 estudantes. Os alunos são acusados de participar de um esquema em que outras pessoas faziam a prova no lugar do candidato em troca de pagamentos que variavam entre US$ 500 e US$ 3, 6 mil.

Nesta terça, 13 estudantes recém-formados em Long Island foram acusados. A promotora  Kathleen Rice disse que quatro receberam o dinheiro para fazer o teste no lugar de outros alunos e nove pagaram para que outros entrassem em seu lugar.

Ainda de acordo com a imprensa norte-americana, a suspeita era de que 40 estudantes estivessem envolvidos no esquema, mas como alguns alunos tinham 15 anos quando prestaram as primeiras provas, o tempo para acusação prescreveu. “Estudantes honestos que trabalham duro estão sendo passados para trás por trapaceiros”, afirmou a promotora ao Huff Post.

Ao mesmo jornal, o advogado Brian Griffin, que representa dois dos réus diz que ambos são inocentes e pede que a questão seja tratada no âmbito das escolas e não da justiça. “Você está falando de estudantes trapaceando em um teste e não de crimes violentos”, disse.

Inspiração para o Brasil
O SAT usa a Teoria da Resposta ao Item (TRI) que no Brasil possibilitou, segundo o governo, que diferentes provas do Enem possam ser comparadas. Nos Estados Unidos a avaliação que seleciona alunos de universidades tem 85 anos e já testou 100 milhões de pessoas.

Os sistemas usados em outros países foram citados pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, ao alfinetar o Colégio Christus, de onde teriam vazado 13 questões do Enem deste ano. Em um programa de TV, o ministro contou que, em conversa com colegas estrangeiros questionou como funcionava a segurança e a resposta foi que havia confiança nas escolas: “É lastimável. Se não podemos contar com educadores, com quem poderemos contar?”, disse.