Haddad entrega recurso do Enem em Recife

MEC quer reverter decisão que anulou 13 questões da prova; perguntas vazaram para alunos de colégio cearense

Argumento é que a anulação das questões prejudica quase todos os estudantes que fizeram a prova

DE BRASÍLIA
Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, viajará hoje a Recife com o objetivo de entregar o recurso contra a decisão judicial que anulou 13 questões do último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

O recurso será apresentado no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede na capital pernambucana. O argumento é que a anulação das questões, de um total de 180 contidas no Enem, prejudicará a quase totalidade dos estudantes que fizeram a prova.

Segundo a AGU (Advocacia-Geral da União), o recurso se justifica para “evitar que os mais de 4 milhões de estudantes que fizeram a prova e aguardam os resultados – inclusive para participarem de processos seletivos que utilizam a nota do Enem – sejam prejudicados”. A Justiça Federal no Ceará decidiu na noite de segunda-feira aceitar o pedido do Ministério Público Federal e cancelar as questões que vazaram para alunos do Colégio Christus, de Fortaleza.

O procurador da República Oscar Costa Filho entrou com a ação após a revelação de que 13 questões do Enem eram iguais ou muito semelhantes às entregues em apostilas para alunos da escola. Investigação da PF aponta que o colégio copiou integralmente ao menos um caderno com 48 questões que foram aplicadas aos alunos da instituição durante um pré-teste do Ministério da Educação.

A pasta desconfia que um segundo caderno de 48 questões também foi copiado. Essas questões teriam sido usadas nas apostilas distribuídas aos alunos e em simulados.
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Formação de professores tem vagas ociosas

Folha de S. Paulo

DE SÃO PAULO
Um plano do MEC, de 2009, para formar professores da rede pública sem currículo adequado para lecionar preencheu até agora apenas um terço das vagas oferecidas. Dos cerca de 795 mil docentes de 6º a 9º ano (5ª a 8ª série), 23% (183 mil) não têm licenciatura, exigida por lei. O censo escolar de 2010 mostra que, no ensino médio, entre os cerca de 477 mil professores, 13% (61 mil) não têm formação adequada. Para enfrentar o problema, o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica abriu cerca de 159 mil vagas em três anos, mas só 50 mil professores (32%) se matricularam.

As informações são da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), responsável pelo plano. Os dados são de matrículas feitas até setembro. O plano, até agora, formou 200 alunos. Já foram investidos R$ 156 milhões. A Capes disse que é preciso empenho de Estados e municípios para que professores conciliem cursos de formação com atividades em sala. Afirmou que as matrículas, em 2009, ocuparam 11% das vagas disponíveis; neste ano foram 42%. (LUIZA BANDEIRA)