Inep admite que ao menos três metas de ensino da Unesco podem não ser atingidas até 2015

Presidente do órgão diz que Brasil pode não conseguir reduzir total de analfabetos adultos e número de crianças na pré-escola

BRASÍLIA – O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Claudio Costa, admitiu nesta quarta-feira que o Brasil poderá não atingir pelo menos três das seis metas de ensino traçadas para 2015 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Ele teme que o país não conseguirá reduzir pela metade a taxa de analfabetismo de jovens e adultos registrada no ano 2000 nem matricular pelo menos 80% das crianças na pré-escola.

Luiz Claudio participou, em Brasília, do lançamento do 11º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2013/2014, que é editado pela Unesco para acompanhar os avanços de 205 países e territórios em relação a seis metas definidas mundialmente em 2000.

Em entrevista coletiva, Luiz Claudio disse primeiramente que o país poderá não atingir duas das seis metas. Depois, ao GLOBO, afirmou que uma terceira meta poderá não ser cumprida dentro dos parâmetros estabelecidos pela Unesco.

Ele se referia à meta 3, que prevê que 97% dos pré-adolescentes de 11 a 14 anos frequentem as séries finais do ensino fundamental. Luiz Claudio enfatizou que o acesso à escola já foi universalizado no Brasil, nessa faixa etária, mas parte dos alunos está atrasada, devido à repetência. Assim, o percentual de matrículas estava em 71,2%, em 2011, que é o ano-base do relatório da Unesco.

– Quero pensar mais no conceito do que na meta. E os jovens estão na escola. Na faixa de 6 a 14 anos, 98,2% estavam matriculados em 2011 – disse Luiz Claudio, ao GLOBO.

Mais cedo, ele havia declarado:

– De seis (metas), com certeza, vamos atingir quatro. O mais difícil de nós conseguirmos é a alfabetização e o atendimento às creches. Se não cumprirmos, vamos ficar muito próximo.

O Brasil aparece no relatório da Unesco como o oitavo país com maior número absoluto de jovens e adultos analfabetos. O dado mais recente, de 2012, estima que havia 13,1 milhões de iletrados, o equivalente a 8,7% da população brasileira nessa faixa etária. Em 2011, esse índice era de 8,6%, um décimo menor.

O presidente do Inep destacou o avanço histórico, citando que 56% dos jovens e adultos não sabiam ler e escrever em 1940, no Brasil. Setenta anos depois, em 2010, esse índice caiu para 9,6%.

– O Brasil tem muito a comemorar. Temos desafios. Mas fomos e somos um dos melhores alunos da classe.

Segundo a Unesco, os dez países com maior número de analfabetos respondem por 72% dos 774 milhões de iletrados no planeta. A situação é pior na Índia, que tem 287 milhões de analfabetos, e na China (183 milhões). Os demais são Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia, Egito, Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo.

Luiz Claudio relativizou o problema, afirmando que o Brasil tem a quinta maior população do mundo. Logo, argumentou ele, não seria de todo estranho que o Brasil fizesse parte do grupo. Os Estados Unidos, no entanto, têm uma população ainda maior do que a brasileira e estão fora desse grupo.

– Se fizermos o inverso, o Brasil seria também um dos países com maior número de alfabetizados – rebateu Luiz Claudio, informando que os iletrados brasileiros se concentram entre os mais velhos, enquanto a taxa de analfabetismo na população de 15 a 19 anos está em 1,2%.

O relatório diz que nenhuma das metas mundiais deverá ser atingida até 2015, embora mais da metade dos países com dados disponíveis deva alcançar duas delas. O texto elogia políticas brasileiras de educação, entre elas o sistema de avaliação e o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação), que redistribui o dinheiro dos impostos de cada estado, conforme o número de alunos na rede pública.

O coordenador-residente da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, Jorge Chediek, afirmou que o país foi um dos que mais avançaram na educação, nas últimas duas décadas. Ele lembrou que o Brasil também melhorou em 48% o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de 1991 a 2010.

– O Brasil é um país extraordinário – disse Chediek. – O problema é que melhorou a partir de uma base ruim.

A coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero, observou que houve progressos na educação, mas muito precisa ser feito. Para ela, o maior desafio é melhorar a qualidade do ensino, desatando o nó do ensino médio e oferecendo mais opções de profissionalização aos jovens:

– A gente está vendo que não vai chegar ao que a gente queria. O que é preocupante é a qualidade, o acesso à educação infantil e a alfabetização de jovens e adultos – disse Rebeca.

O representante da Unesco no Brasil, Lucien Muñoz, lembrou que o relatório diz que 57 milhões de crianças estão fora da escola primária e outros 69 milhões de jovens não tiveram acesso aos anos finais do fundamental.

– É um número alarmante. O relatório deixa claro: infelizmente, não atingiremos as metas.

Déficit anual de educação em países pobres chega a US$ 26 bilhões, diz Unesco

Lucien Muñoz citou também que o cumprimento das metas exigiria a contratação de 5,2 milhões de professores e que os países pobres têm déficit anual de US$ 26 bilhões na educação primária.

Jorge Chediek aproveitou a menção à falta de US$ 26 bilhões anuais, em países subdesenvolvidos, para jogar luz sobre as prioridades globais:

– É menos de 3% dos gastos militares no planeta ou menos da metade do que os países desenvolvidos gastam com animais de estimação – disse Chediek.

O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) José Francisco Soares destacou os avanços do Brasil, afirmando que as metas da Unesco serão cumpridas mais cedo ou mais tarde. Com relação à baixa proporção de pré-adolescentes de 11 a 14 anos nas séries finais do ensino fundamental, Soares observou que, além de matricular as crianças, é preciso garantir que aprendam, passem de ano e não abandonem a escola:

– Na educação, falta esse senso de urgência com a criança que está na sala de aula. É preciso trazer a urgência para o concreto – disse Soares.

Formação de professores é problema no país, diz pesquisadora

A pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e professora aposentada da Universidade de São Paulo (USP), Bernadete Gatti, afirmou que o Brasil precisa melhorar a formação inicial dos professores, isto é, aprimorar as licenciaturas, que são os cursos de graduação que preparam os futuros professores. Segundo Bernadete, as licenciaturas falham na sua tarefa:

– É o calcanhar de Aquiles das políticas educacionais do Brasil – disse a pesquisadora.

Das seis metas traçadas pela Unesco, a de melhoria da qualidade não tem um indicador de aprendizagem para medi-la. As demais preveem a matrícula de pelo menos 97% das crianças de 7 a 10 anos nas séries iniciais do ensino fundamental e a paridade de gênero no acesso à escola para meninos e meninas. Em 2011, o Brasil não tinha atingido nenhuma das metas.

À exceção do analfabetismo de jovens e adultos, o relatório não contém estatísticas de matrículas do Brasil. É que a Unesco optou por não publicar essas informações, devido a divergências nos dados populacionais utilizados pelo Inep e pela Divisão de População das Nações Unidas, que fornece esse tipo de estatística à Unesco.

– Em todos os indicadores, eu posso assegurar, os dados de 2013 são melhores do que em 2011. O Brasil é um exemplo de sucesso no mundo – disse Luiz Claudio.

Demétrio Weber – O Globo

 

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