Inep e gráfica têm responsabilidade em ações

Duas ações que falharam anteontem na aplicação do Enem -erro na montagem das provas e revisão do material- estavam sob responsabilidade da gráfica contratada e do Inep (órgão do Ministério da Educação).

Segundo o contrato, a gráfica RR Donnelley foi a responsável por imprimir, manusear e diagramar as provas, por R$ 68 milhões.

No primeiro dia de prova, parte dos exemplares saiu com folhas repetidas ou erradas. Nesses casos, os alunos não receberam todas as questões. O MEC ainda analisa o que será feito aos alunos.

Já ao Inep cabia checar o material a ser impresso. Nessa etapa poderia ter sido verificado que, no cabeçalho da folha de respostas, o espaço para o gabarito das questões de ciências da natureza estava incorretamente identificado como ciências humanas.

O erro só foi constatado durante a prova.
O Ministério da Educação afirma que ainda apura as responsabilidades pelos erros. Segundo a Folha apurou, a avaliação inicial da pasta é que houve erro tanto do Inep quanto da gráfica.

A reportagem não conseguiu contato ontem com a RR Donnelley, multinacional fundada em Chicago (EUA). Durante a concorrência para escolha da gráfica, o MEC interveio na Justiça para que a RR Donnelley vencesse.

Quem ofereceu a melhor proposta foi a gráfica Plural (parceria do Grupo Folha e da Quad Graphics). Mas o Inep alegou à Justiça que a Plural não comprovou capacidade técnica para a impressão com “sigilo e segurança”.

A argumentação foi aceita pela Justiça, e a RR Donnelley ganhou o contrato.
A empresa foi a responsável pela impressão da segunda versão do Enem de 2009, após a primeira ter sido fraudada e cancelada.