Inscrições no Sisu já superam as de 2010

Até a noite de ontem, foram registrados 807 mil concorrentes para as 83 mil vagas em universidades públicas

Sistema fica aberto até hoje; ações pedem suspensão de inscrições por queixas de alunos sobre nota do Enem

Mesmo com problemas no acesso ao seu site, o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) contabilizou, até ontem, 807 mil inscritos para concorrer a vagas em universidades públicas. Como cada candidato pode escolher até duas opções de cursos, as inscrições chegaram a 1,5 milhão.

O sistema fica aberto até as 23h59 de hoje, mas o total de inscritos já superava ontem o registrado no ano passado, quando 793 mil candidatos acessaram o sistema.

Gerenciado pelo Ministério da Educação, o Sisu seleciona candidatos com base na edição 2010 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O aumento no total de concorrentes se deve à ampliação das vagas oferecidas, que pularam de 47 mil em 2010 para 83 mil.

Desde domingo, quando começaram as inscrições, estudantes relatam falhas e lentidão no acesso ao site. Entre segunda e terça-feira, alguns candidatos que conseguiram entrar na página foram surpreendidos ao ver dados de seus concorrentes.

Muitos candidatos reclamam ainda que tiveram provas anuladas sem motivo, principalmente de redação. Com base nessas queixas, a Justiça Federal no Ceará e em Pernambuco recebeu anteontem três ações civis públicas que pedem a suspensão das inscrições do Sisu.

O Ministério Público Federal e a DPU (Defensoria Pública da União), autores das ações, pedem a suspensão até que o MEC ofereça acesso aos critérios de correção da redação e ao espelho da correção da folha de respostas.

As ações pedem que todos os candidatos que prestaram o Enem possam usar essas informações para recorrer das notas obtidas no exame. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o assunto.

A ação da DPU foi motivada por um grupo de quase 30 estudantes.

No Rio, a estudante Layla Lima também recorreu à Defensoria Pública, após ter a nota de redação zerada. “Fiz tudo direito e a nota desapareceu”, reclama a aluna, que pretendia concorrer a uma vaga em relações internacionais na UFRJ