Justiça Federal determina retomada de serviços em até 72 horas na UFSCar

Restaurante Universitário e Biblioteca Comunitária estão paralisados. Serviços foram parados em 29 de maio por conta da greve dos funcionários.

Uma decisão da Justiça Federal de São Paulo determina que o Restaurante Universitário e a Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) voltem a funcionar normalmente durante a greve dos servidores. A instituição tem o prazo de 72 horas, a partir do momento em que notificação for oficializada, para normalizar os serviços, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Os serviços estão paralisados desde 29 de maio por conta da greve dos funcionários da instituição, afetando o cotidiano de cerca de 16 mil estudantes em São Carlos e Araras (SP). Os servidores do sindicato responsável pela categoria não foram encontrados para comentar o tema.

De acordo com a decisão da Justiça, o direito de greve não pode causar danos aos usuários dos serviços e nem ferir os interesses públicos. A medida foi imposta uma vez que ao longo do movimento grevista o órgão sindical ameaçou não cobrar a refeição dos usuários caso a universidade insistisse em manter o restaurante aberto, o que causaria prejuízos.

Além disso, a Fundação Universidade Federal de São Carlos (FUFSCar) alegou dificuldade para garantir a operação do estabelecimento devido ao risco de depredação do patrimônio público pelos grevistas.

O restaurante atende cerca de três mil estudantes, que em muitos casos têm no local sua única fonte de alimentação.

A UFSCar também deverá garantir o funcionamento da Biblioteca Comunitária, que está fechada devido à falta de servidores suficientes no setor. Segundo a FUFSCar, apenas três dos funcionários ali alocados não aderiram ao movimento de greve e não há verba para a contratação de terceirizados.

Paralisação

A greve de ao menos 900 funcionários técnico-administrativos de dois campi da UFSCar já dura mais de dois meses e, segundo os servidores, deve continuar por tempo indeterminado, uma vez que o governo não apresentou propostas para a categoria, segundo SINTUFSCar. As aulas foram retomadas em 10 de agosto, com serviços ainda paralisados.

A paralisação começou no dia 29 de maio. Os trabalhadores pedem reposição salarial imediata de 27%, reestruturação da carreira, melhores condições de trabalho, aumento de investimentos nas federais, entre outras reivindicações. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão propôs reajuste de 21,3%.

G1