Libras forma professor e tradutor

Oferecida nas modalidades licenciatura e bacharelado, graduação atende a surdos e ouvintes

DE SÃO PAULO
Quem se forma em letras-libras certamente vai ter de trabalhar com pessoas surdas. A graduação, no entanto, não é exclusiva para quem tem a deficiência.

Oferecido nas modalidades licenciatura e bacharelado, o curso pretende formar professores -para atuar no ensino fundamental e médio de surdos- e tradutores.

Na licenciatura, a maior parte das vagas se destina a surdos. No bacharelado, os ouvintes são a maioria.

Para concorrer a uma vaga, é preciso ser fluente na língua de sinais, pois até o vestibular é feito em libras.

“O português é a segunda língua nessa graduação, as pessoas precisam se lembrar disso”, afirma Regina de Souza, da Faculdade de Educação da Unicamp.

A universidade é polo de turmas de ensino a distância oferecidas pela UFSC (Federal de Santa Catarina). Outras 16 instituições também fazem parte da parceria.

PRESENCIAL

A UFSC tem o único curso de letras-libras presencial da rede pública. A graduação dura quatro anos e oferece 40 vagas (20 para licenciatura e 20 para bacharelado).

O processo seletivo é específico. Das vagas disponíveis, 20% são para candidatos que cursaram o ensino fundamental e médio na rede pública. Outras 10% são reservadas a quem se autodeclarar negro, desde que também venha de escola pública.

Apesar de o ensino em libras ainda não ser obrigatório em todas as escolas do país, a docência é a área que mais emprega. “E ainda estão faltando profissionais qualificados”, diz Mara Ruzza, do Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão da Prefeitura de SP.

Quem se forma em bacharelado trabalha com tradução. “Esse profissional pode traduzir, por exemplo, a aula de uma faculdade para um estudante surdo”, afirma Regina. “Por isso o curso é voltado para ouvintes. Para fazer tradução, um surdo precisa ser muito bom em leitura labial.” (ANDRESSA TAFFAREL)