Livro de Filosofia da EdUFSC revela conhecimento, direitos e desafios das mulheres

Nenhum homem foi oficialmente “convidado” a participar do livro coletivo Filosofia: machismos e feminismos, organizado por Maria de Lourdes Borges e Márcia Tiburi, e publicado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC). Embora a contracapa diga que “este é um livro sobre mulheres e filosofia ou sobre temas feministas na filosofia”, o conteúdo vai além e é bem mais variado. São 15 mulheres, oriundas de diversas instituições do país e do exterior, que se debruçam sobre assuntos plurais, interdisciplinares e polêmicos, alguns deles pouco explorados, que são tabus na sociedade e até na academia. Os únicos autores homens infiltrados, Eduardo Subirats e André Cechinel, assinam, em coautoria com Imaculada Kangussu, o artigo “Feminino em perspectiva tripla”.

Segundo Márcia Tiburi, dois livros anteriores trabalharam a mesma veia: As mulheres e a filosofia (Unisinos, 2002) e Mulheres, filosofia ou coisas do gênero (Edunisc, 2008). A novidade é que esta obra é escrita quase na íntegra por mulheres. “Este seria um livro de mulheres  para mulheres, e poderia muito bem se chamar Mulheres que escrevem filosofia. No entanto optamos pelo título Filosofia, machismos e feminismos, decididas a privilegiar o conteúdo”, justifica, com razão, a doutora em Filosofia e colunista da revista Cult, Márcia Tiburi, parceira da professora e ex-secretária de Cultura (Secult) da UFSC, Maria de Lourdes Borges, na organização do novo título da editora universitária.

Abrangente, mesclando temáticas antigas e inéditas, o livro guarda uma coerência com os anteriores: a coragem de sair de temas aceitos pelo patriarcado com o qual, alertam as organizadoras, “é sempre bom tomar cuidado!”.

O livro pode ser dividido em dois momentos principais: “Um que é um desenho da relação entre as mulheres e a história da Filosofia; a outra linhagem de artigos é aquela sobre temas mais propositadamente feministas”, esclarece Márcia Tiburi na apresentação.

O título, reconhecem as organizadoras, não dá conta do leque de  pesquisas disponibilizado pela coletânea. Diferentemente dos chamados “Cafés filosóficos”, o leitor está diante de uma “salada filosófica completa”, bem temperada, com direito a repeteco. A variedade do cardápio abre apetite para leitores de todos os gêneros e gostos. Paixões, Immanuel Kant, aborto, fetos anencéfalos, David Hume, corpo, trabalho doméstico, história, Ulisses, sedução, cuidado na ética ecoanimalista feminista e banhos de sangue femininos ocupam a pena das mulheres ao longo de 324 páginas.

As organizadoras desejam “que a discussão avance o mais breve possível, e que o nosso feminismo melhore o debate filosófico em geral”. Novos livros certamente encontram-se em gestação para cumprir o desafio anunciado.

Além das organizadoras, participaram da coletânea, Ana Carolina da Costa e Fonseca, Berta Rieg Scherer, Caroline Marim, Cinara Nahra, Imaculada Kangussu, Eduardo Subirats, André Cechinel, Lívia Guimarães, Magda Guadalupe dos Santos, Maria Cecília de Miranda Nogueira Coelho, Maria Clara Dias, Mônica Sette Lopes, Paulina Nólibos, Sônia T. Felipe e Virgínia Figueiredo.

Os temas controversos e atuais sugerem e deixam distantes curiosidades e eventuais devaneios. Mas a seriedade da obra não evita, por exemplo, “brincar um pouco com o cenário filosófico nacional que passa ao largo da questão das mulheres, enquanto o sexismo vinga justamente com a colaboração de seu ocultamento”, conforme assinala Márcia Tiburi.

A psicóloga Maria Clara Dias dá uma contribuição interessante e oportuna à obra das filósofas concluindo que “em relação às suas empregadas domésticas, as mulheres donas de casa reproduzem modulações da forma de dominação masculina”.

Sônia Felipe, em uma espécie de mea-culpa, enfatiza que “faz muito sentido falar ainda hoje do feminismo se levarmos em consideração que homens e mulheres têm produzido muita dor e sofrimento à vida de humanos e de animais não humanos, e enorme devastação aos ecossistemas naturais, com seu estilo consumista de vida”. E conclui: “Há que se cuidar amorosamente para que seja colocado um ponto final na liberdade humana de conquistar para si e pôr sob seu domínio tirânico toda e qualquer espécie de vida”.

Ao discutir “Aborto como metáfora”, Márcia Tiburi adverte que a legalização não virá dos donos do poder nem das discussões que comandam e decidem sobre o corpo das mulheres. “Não ter voz significa não pertencer à política”, sublinha – ou seja: “na medida em que não participam e nem percebem quão alienadas estão da conversa, as mulheres perpetuam a injustiça”, mantendo-se, dessa forma, “distantes da ética que envolve a decisão sobre seus direitos e sua própria vida”.

Primeira mulher a defender doutorado na tradicional Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-pró-reitora da UFSC, a professora Maria de Lourdes Borges, que atualmente está realizando pós-doutorado nos EUA, é autora do artigo O corpo: o lugar contraditório do feminino. “Talvez a Biologia tenha razão ao determinar que nossas escolhas amorosas atendem a padrões evolutivos; contudo, nós precisamos de nossa natureza animal – quando fazemos amor, há algo mais do que dois corpos a serviço da espécie”, conclui a especialista em Kant e coorganizadora de Filosofia: machismos e feminismos.

 

Mais informações com a EdUFSC: www.editora.ufsc.br / (48) 3721-9408

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