Livro discute o novo ciclo de cinema em Pernambuco

Quais as características do novo cinema pernambucano?  Podemos falar em um Movimento Árido Movie? Estas e outras perguntas são respondidas pela pesquisadora e diretora de cinema Amanda Mansur que lança, no próximo dia 30, às 18h30, o livro “O novo ciclo do cinema em Pernambuco: a questão do estilo”. A obra é resultado de uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação de Comunicação da UFPE e analisa a produção cinematográfica contemporânea do Estado mapeando os pontos de convergência estética dos filmes e articulando, simultaneamente, uma leitura sócio-histórica. O lançamento ocorre durante a 14ª edição do CinePE.

O livro, impresso pela Editora Universitária da UFPE, é um dos trabalhos pioneiros no Brasil que tenta compreender e discutir as marcas estéticas e, sobretudo, a identidade dos filmes produzidos no Estado a partir da década de 90. Para tanto, a autora, inicialmente, apresenta a história cultural pernambucana das últimas três décadas e traça a influência desta com a produção cinematográfica. Este percurso conta também com a análise de obras de cineastas como Paulo Caldas, Lírio Ferreira, Marcelo Gomes, Claudio Assis, Adelina Pontual e Marcelo Luna.

De acordo com Amanda, filmes como Amarelo Manga, Baile Perfumado e Cinema Aspirinas e Urubus, inserem-se em um grupo que retoma a tradição de uma produção em ciclos (o Ciclo do Recife, o Ciclo Super 8). Eles também apresentam um repertório partilhado e experiências comuns tecidas em um dado momento sociocultural. “Essas influências recíprocas, de modo deliberado ou não, manifestam-se na sua filmografia por meio de certas recorrências”, afirma a autora. “Neste sentido, podemos apontar algumas tendências expressivas, como a auto-referencialidade, o privilégio à música e à problematizações identitárias, configuradoras de um estilo de grupo”, aponta.

Para a professora da UFPE Yvana Fechine, o debate em torno da recorrência de estilos permite associar a atuação articulada do grupo de cineastas e, consequentemente, a conformação de mais um ciclo pernambucano. “A leitura do livro de Amanda favorece a compreensão de modo mais conjuntural dessa produção cinematográfica”, reflete. Já para o pesquisador Paulo Cunha, também da UFPE, a obra possibilita que, pela primeira vez, os filmes recentemente realizados em Pernambuco sejam compreendidos de maneira mais profunda e que a inserção na cultura brasileira de uma brilhante geração de cineastas seja ainda mais valorizada.

A autora – Amanda Mansur trabalha na área de cinema e já desenvolveu trabalhos com Paulo Caldas, em “Deserto Feliz”; Guel Arraes, em “O Bem Amado”; Camilo Cavalcante, em “O Presidente dos Estados Unidos”; Marcelo Lordello, em “Vigias”. Paralelamente desenvolve a atividade acadêmica, lecionando em cursos de graduação em Cinema.  Atualmente, é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPE.

 

Serviço

Lançamento do livro: O novo ciclo do cinema em Pernambuco: a questão do estilo

Sexta-feira, dia 30 de abril, às 18h30

Foyer do Teatro Guararapes, Centro de Convenções

– À venda na Livraria Cultura, Imperatriz e Jaqueira a partir de maio