Marisa Serrano culpa ineficácia do MEC pela desigualdade no Brasil

Além dos transtornos, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que já foi professora e delegada do MEC em Mato Grosso do Sul na época do governo federal tucano, considera que a incapacidade demonstrada pelo Ministério da Educação de atender estudantes que fizeram o Enem 2010 e enfrentam um martírio ao tentar se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) na busca de vagas em cursos federais, promove desigualdade. Marisa conta que recebeu denúncia de um pai de aluno que tem computador de quatro megabytes e não conseguiu acesso ao sistema. “Imagine os estudantes que moram na periferia e que usam computadores em lan houses (geralmente de baixa capacidade)”, afirmou a senadora, considerando que essa situação está provocando um “quadro de desigualdades” que “tende a crescer caso estas distorções permaneçam”.

Para Marisa, o MEC sabia que cerca de 4 milhões de estudantes se inscreveram no Enem para disputar 83 mil vagas em instituições federais e teve tempo suficiente para prever a demanda de acessos via internet e dotar o sistema de estrutura adequada, “o que parece não foi feito pelo governo porque é tudo improvisado e não há nenhum planejamento”. Para a tucana, está claro que o MEC tem um “grave problema de gestão”.

Ela promete interpelar o ministro Fernando Haddad, solicitando informações sobre as reais condições técnicas e operacionais do Sisu, o volume de investimentos no setor nos últimos anos e se houve planejamento estratégico para atender a demanda. Pretende ainda sugerir que as inscrições sejam feitos por sites regionalizados e interligados, para desafogar o sistema. “Temos que pressionar o MEC a ser mais eficiente, pois disso depende o avanço de nossa sociedade no tocante ao futuro”, ponderou a senadora.