MEC reduz estimativa de prejudicados no Enem de 2 mil para 200

Em reunião com representante de associações estudantis, ministro deu novo número de provas amarelas com problemas

Até o momento, o Ministério da Educação (MEC) calcula que cerca de 200 estudantes deverão refazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por causa dos erros de impressão nos cadernos de prova amarelos. Os dados foram apresentados pelo ministro Fernando Haddad ao presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, em audiência na tarde desta quinta (11).

As entidades defendem que todos os estudantes prejudicados pelos diferentes erros na aplicação do Enem tenham a chance de fazer as provas novamente em caráter opcional. Segundo Chagas, essa possibilidade foi descartada pelo ministro, porque poderia atrasar o calendário das 83 instituições de ensino superior que usam a nota da prova como critério de seleção.

As entidades também conseguiram o pedido de retratação pela mensagem enviada pelo Twitter no domingo que dizia: “Alunos q já ‘dançaram’ no Enem tentam tumultuar com msgs nas redes sociais. Estão sendo monitorados e acompanhados. Inep pode processá-los.” (com Agência Brasil)

Depois da reunião, a retratação veio no mesmo canal: “A Assessoria de Comunicação Social do MEC se desculpa pelos termos pouco elegantes usados na rede social durante a realização do Enem.”

Também pela rede social, o MEC disse que a Unesco apoia o método Teoria da Resposta ao Item (TRI) usado para garantir que provas diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade. “Unesco diz que TRI tem respaldo internacional e que provas podem ser aplicadas a qualquer tempo, com isonomia.”

No sábado (6), primeiro dia de aplicação do Enem, 21 mil cadernos de prova amarelos apresentaram erro de montagem e não continham todas as 90 questões. O MEC acredita que a maioria dos candidatos conseguiu trocar o material e fez a avaliação sem dificuldades.

Outro problema ocorreu na folha em que os estudantes marcam as respostas das questões, que estava com o cabeçalho das duas provas trocado. O exame teve 90 questões, sendo a primeira metade de ciências humanas e o restante, de ciências da natureza. Mas, na folha de marcação, as questões de 1 a 45 eram identificadas como de ciências da natureza e as de 46 a 90, como de ciências humanas.

Em função desses erros, a Justiça Federal no Ceará determinou a suspensão do Enem. A UNE não quer que o exame seja anulado, já que mais de 3 milhões teriam feito a prova com tranquilidade. As entidades criaram uma central para receber as reclamações dos estudantes, que já recebeu mais de 1,1 mil contatos. UNE e Ubes querem discutir junto com o MEC quais serão os critérios usados para definir quem terá direito a refazer o exame.