No dia da estreia, médicos estrangeiros são impedidos de atender a população em todo o país

Profissionais chegam para trabalhar, mas, por falta de registro profissional, são obrigados a deixar os pacientes na mão

RIO, BARRAS (PI), JOÃO PESSOA, FORTALEZA, SALVADOR, RECIFE e PORTO ALEGRE – No dia em que teoricamente os profissionais estrangeiros selecionados pelo programa Mais Médicos deveriam começar a trabalhar em todo o país, o que se viu nesta segunda-feira foram postos sem atendimento e pacientes em dificuldades. Por falta dos registros profissionais que deveriam ter sido fornecidos pelos conselhos regionais de medicina, os médicos apareceram, mas não puderam trabalhar. A mesma história se repetiu de Norte a Sul do país.

Em Barras, no interior do Piauí, onde dois médicos cubanos do programa Mais Médicos deveriam ter começado a trabalhar hoje, os pacientes encontraram o posto de saúde vazio e fooram obrigados a se dirigir até a capital, Teresina, a 110 quilômetros de distância. Sem o registro provisório, os profissionais estrangeiros ficaram no hotel e não puderam atender. Além disso, a única unidade de saúde aberta na cidade estava sem energia elétrica.

Selecionados pelo programa federal, os cubanos Omar Diaz Barrios e Olivia Rodriguez González elogiaram a recepção brasileira, mas demonstraram vontade de iniciar logo o trabalho.

— Acreditamos que vamos começar a trabalhar na quinta-feira. Gostei muito da cidade. Nossa expectativa é trabalhar para ajudar o povo brasileiro a melhorar os indicadores de saúde da população — disse Olivia.

A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que os atendimentos devem ser iniciados, caso os profissionais estejam regularizados, apenas na quinta-feira. A dona de casa Anatacha de Sousa Oliveira levou a filha Kaukane de Sousa Oliveira, de sete meses, com crise de tosse e febre ao Centro Municipal de Saúde, mas não conseguiu ser atendida.

— Não é a primeira vez que venho e não encontro ninguém. Às vezes, aparece alguma enfermeira, mas nem isso aconteceu hoje. Minha filha precisa ser atendida logo, e não tenho dinheiro para pagar consulta particular.

Na Baixada Fluminense, a situação também não é boa. Única médica estrangeira inscrita para trabalhar em Queimados, a uruguaia Ximena Dastugue mal chegou, mas já se sente em casa em um dos municípios mais pobres do Estado do Rio. Ela visitou a Estratégia de Saúde da Familia (ESF) Jardim da Fonte, que não via um médico há seis meses, mas limitou-se a conhecer o espaço, que atende o bairro homônimo, um dos mais pobres da cidade. Nem o jaleco ela pôde colocar, já que ainda não tem o registro médico provisório.

Ximena e o marido, Juan Pablo, já tinham escolhido o Brasil como novo lar antes mesmo de saberem do programa do Ministério da Saúde. Eles se instalaram em Paraty há cerca de dois anos, onde compraram uma casa, Juan abriu uma loja de bijuterias, e Ximena estudava para fazer o Revalida. Um dia, zapeando na televisão, soube do Mais Médicos e resolveu se inscrever.

— Já era um plano, um projeto de vida vir para o Brasil. Estamos terminando uma etapa e começando outra — disse Juan Pablo, casado com Ximena há sete anos.

A secretária municipal de Saúde de Queimados, Fátima Sanches, conta que o início dos trabalhos da médica estrangeira é urgente, já que há seis meses a enfermeira da unidade se desdobra para dar conta dos pacientes. O Ministério da Saúde não tem previsão para que os registros sejam emitidos:

— Ela começa assim que derem o registro médico. É extremamente necessária a presença do médico aqui — diz a secretária.

No Ceará, nenhum médico iniciou o atendimento. Todos os médicos estrangeiros já chegaram às cidades do interior do estado. Entretanto, nenhum deles começou a clinicar, apesar de o Conselho Regional de Medicina (Cremec) afirmar ter concluído a emissão de 12 registros, dos 34 solicitados. No levantamento feito pelo GLOBO junto aos 16 municípios cearenses inscritos no programa, apenas cinco médicos afirmaram já estar com seus números em mãos. A grande maioria não sabia quando e como receberia o documento.

De acordo com a coordenação do programa Mais Médicos no Ceará, o repasse das informações será feito por e-mail e a entrega do registro de forma individual aos profissionais. Até esta terça-feira, 29 registros já devem ter sido emitidos e os demais aguardam análise dos documentos. Dos cadastros enviados, existem dois dossiês incompletos, informou o Cremec.

Em Ipu (CE), a sensação das mulheres que esperam por uma consulta de pré-natal com um profissional médico foi de frustração. Para a coordenadora do Programa Saúde da Família, Cláudia Linhares Ribeiro foram criadas muitas expectativas pela complementação das equipes

— Quando a notícia se espalhou que os médicos estrangeiros viriam, todo mundo ficou animado. O povo não entende a explicação que damos sobre a falta dos registros. Todo mundo já sabia que eles chegariam sábado.

Em Pernambuco, o cubano Oldis Nelson Villallon Barreira, de 45 anos, lotado em uma unidade de saúde da família em Passira, a cem quilômetros de Recife,cumpriu seu expediente mas não pôde dar consulta a nenhum paciente, porque seu registro provisório ainda não tinha sido liberado pelo Conselho Regional de Medicina. Oldis disse que nunca esperou tanto, em nenhum dos quatro países onde atuou, para exercer suas funções.

— É muito tempo. Cheguei há quase um mês e ainda não trabalhei de fato. Mas posso dizer que, se comparar aos lugares por onde passei, isso aqui é um paraíso.

O médico já morou três anos em Gana, três no Haiti pós-terremoto, dois na Bolívia e seis na Venezuela. Foi nos dois primeiros países, onde encontrou experiências mais dolorosas. Em Gana, o trabalho não era leve como o que terá no PSF, pois vai limitar o atendimento à atenção básica de saúde.

— Atendia mulheres em trabalho de parto, pessoas com infarto, pacientes com cálculo renal, nativos mordidos por cobras ou leões, lembrou.

No Rio Grande do Sul, mesmo com registro, os médicos só devem atender os pacientes na semana que vem. O coordenador-geral do Mais Médicos no Ministério da Saúde, Mozart Sales, recebeu ontem do Cremers os primeiros 19 registros provisórios de profissionais formados no exterior, depois de uma batalha jurídica que envolveu a Justiça federal e a Advocacia Geral da União (AGU). Mas o atendimento não começou:

— Antes de atender à população os médicos precisarão realizar uma avaliação do território sanitário a que estarão vinculados, das famílias que serão atendidas, do número de diabéticos, hipertensos e de gestantes e da demanda da comunidade. Só depois começarão o trabalho assistencial individual propriamente dito. Onde puderem fazer esse levantamento já com o registro garantido, melhor — disse Sales.

Nesta semana, segundo o Ministério, mais 22 registros provisórios deverão ser liberados no Rio Grande do Sul depois da determinação judicial ao Conselho. Os primeiros 19 médicos habilitados pelo Cremers vão atuar em Porto Alegre e em mais 14 cidades do interior do estado.

Na Paraíba, os profissionais formados no exterior selecionados para o Mais Médicos foram encaminhados nesta segunda-feira para os 13 municípios do estado que participam do programa. A Secretaria de Saúde informou que 11 dos 13 médicos já estão com os registros em mãos.

Segundo a entidade, os dois profissionais que não receberam o registro tinham pequenos problemas de documentação, constatados pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB). Chefe do Núcleo da Gerência de Atenção Básica da SES, Gilvânia Alves, explicou que o problema foi apenas em algumas cópias dos documentos dos médicos.

— Até esta terça-feira, estes que estão com pendências devem ser liberados — afirmou ela.

Doze médicos estrangeiros e um brasileiro formado fora do país chegaram em João Pessoa no dia 14 de setembro. No último dia 16, eles começaram um processo de treinamento, onde aprenderam sobre a cultura local e como funciona a gestão do Sistema de Saúde.

LETICIA FERNANDES, EFREM RIBEIRO, LETÍCIA LINS, FLÁVIO ILHA, JANAYDE GONÇALVES E MATEUS CAMPOS  – O GLOBO

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