Nota pública da Unifesp sobre a conjuntura brasileira: em defesa da universidade pública e da democracia

São Paulo, 7 de abril de 2016 – O Conselho Universitário, órgão máximo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), reunido no dia 6 de abril de 2016, manifesta sua preocupação com a conjuntura atual e apresenta o seguinte posicionamento:

1- A crise política e econômica no Brasil está resultando em cortes contínuos e significativos no orçamento público destinado à educação e às universidades, com a consequente deterioração: da qualidade do ensino, pesquisa e extensão; da política e programas de ciência e tecnologia; do atendimento em seus hospitais universitários; das condições de trabalho, com aumento de sobrecarga e corte de terceirizados; enfim, em graves problemas de custeio, pessoal e infraestrutura. Com isso, as universidades públicas estão ameaçadas em sua força, relevância e função na sociedade brasileira.

2- A universidade reitera seu papel fundamental e histórico como lugar de liberdade, pluralidade e debate aberto de ideias, e faz enfática defesa na busca do diálogo, do direito ao dissenso, pelo fim do ódio e da intolerância entre posições divergentes.

3- Defendemos a ética e não coadunamos com a corrupção em nenhum governo, empresa ou partido. A corrupção deve ser apurada e punida dentro dos ritos estabelecidos pelo Estado Democrático de Direito.

4- O processo político atual e seus possíveis desfechos causam insegurança institucional e social. Aqueles que o conduzem devem fazê-lo de forma transparente, com base constitucional, fortalecendo a democracia e as suas instituições.

5- Afirmamos a importância de um debate nacional por uma ampla reforma política, pois a crise atual não é de um partido ou governo específicos, mas de todo o sistema de representação e suas relações público-privadas.

6- Independentemente do desfecho da crise política e econômica, continuaremos na defesa da universidade pública e gratuita, que seguirá lutando por recursos condizentes com a sua missão e pelos seus valores fundamentais: pluralidade e democracia, qualidade no ensino, pesquisa e extensão, pensamento crítico e relevância social.

Sobre a Unifesp

Criada em 1994, a Unifesp originou-se da Escola Paulista de Medicina (EPM), entidade privada fundada em 1933 e federalizada em 1956. Por meio do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), iniciou seu projeto de expansão em 2005. Atualmente, a Universidade conta com cursos nas áreas de Humanas, Exatas, Biológicas, Negócios e Saúde; distribuídos nos seguintes campi: São Paulo, Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, São José dos Campos e Osasco, além de unidades avançadas de extensão – Embu das Artes e Santo Amaro.