O efeito Cid Gomes

Desde o início do ano, o executivo paulista Carlos Degas, CEO do grupo educacional americano DeVry, dono de um faturamento de R$ 500 milhões no País, cumpre uma rotina digna de estudante pré-vestibular, que se limita a estudar, estudar e estudar. A intenção, no entanto, não é passar em nenhuma prova. Degas rascunha um plano de ação para amortecer um eventual impacto nas finanças da companhia se a promessa do Ministro da Educação, Cid Gomes, de endurecer as regras do programa de financiamento estudantil (Fies) se concretizar.

“A decisão abrupta do governo pode impactar, e muito, nas finanças do setor”, afirma o CEO, que comanda a sexta maior empresa de educação no País. A afirmação de Degas se baseia na seguinte equação: com mais dificuldade em receber os recursos do governo, que poderão ser reduzidos e postergados em até cinco meses, os cofres das instituições de ensino ficarão enfraquecidos. A partir deste ano, alunos que quiserem pleitear o financiamento precisam tirar uma nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), além de não zerar no teste de redação.

Para as empresas do setor, a alteração é válida, sob a ótica da didática. O grande problema é a Portaria Normativa 23, que trata do adiamento dos repasses. Devido à necessidade do ajuste fiscal, o governo decidiu não fazer mais os pagamentos ligados aos programas mensalmente, como vinha ocorrendo até hoje, mas a cada 40 dias, causando atrasos de até quatro meses por ano para o recebimento. Para complicar o cenário, Cid Gomes deu pistas de que novidades virão durante o seu mandato. “Eu não defendo quantidade, defendo qualidade”, afirmou o ministro, no final de janeiro.

“Não vou botar gente em qualquer faculdade.” Com o objetivo de contornar esses problemas, executivos das maiores empresas da área vêm se reunindo semanalmente com representantes do governo, mas ainda sem sucesso. “O governo está disposto a conversar, mas não vamos abrir mão do repasse”, afirma Elizabeth Guedes, presidente da Abraes, associação que representa os seis maiores grupos universitários do País. “Se for necessário, podemos ir à Justiça contra as mudanças.” Para Mário Bernarde Júnior, analista do BB Investimentos, o setor está mal-acostumado. “O setor se habituou a receber incentivos estatais por muito tempo, mas nada fica ileso para sempre, como todos sabemos.”

A preocupação dos gestores dos grupos educacionais é compreensível. A maioria deles possui uma alta taxa de alunos de graduação presencial financiada pelo programa governamental. A DeVry, de Degas, por exemplo, tem 33% do seu faturamento ligado ao Fies. Já na Kroton, maior grupo educacional privado do mundo, 54,2% dos alunos são financiados pelo governo. De acordo com executivos das empresas de ensino ouvidos pela DINHEIRO, estratégias para um cenário em que a portaria não seja revogada já estão em curso: parcerias com bancos para financiamento próprio das mensalidades dos alunos, migração de estudantes para o ensino a distância, que oferece maior margem de lucro e programas de auxílio às escolas públicas a fim de melhorar os índices dos vestibulandos.

Não estão descartadas até mesmo aquisições, dando curso a um novo movimento de consolidação do setor. Esse é o caso da própria DeVry, que fez seu negócio mais recente em dezembro, quando assumiu o controle da faculdade paulistana Damásio Educacional. “Estamos com caixa para novas aquisições”, diz Degas. Na verdade, apesar da pressão que os grandes grupos vêm sofrendo, principalmente os listados em bolsa, analistas enxergam riscos maiores para as faculdades com menos de 20 mil alunos: tanto pelo atraso dos repasses quanto pelo complicado momento pelo qual a economia atravessa. “Isso vai trazer dificuldades de competição e problemas de caixa para as companhias menores”, diz Guilherme Moura Brasil, analista do Banco Fator.

“É um setor ainda em consolidação. Então, as instituições que não se adaptarem, provavelmente, serão incorporadas”, afirma Bernardes, da BB Investimentos. Para não serem alvo de compras, empresas menores, como a paulistana Drum­mond, que faturou R$ 50 milhões no ano passado, precisarão provar que podem passar de ano em 2015. Apesar de ter apenas 10% de seus oito mil alunos ligados ao Fies, a eventual queda no poder de compra das classes C e D, seu público-alvo, trará dificuldades ao negócio. “Fizemos a opção por depender pouco dos recursos do governo, pois sabemos como funciona a política”, diz o presidente da Drummond, Osmar Basílio. “Investiremos no marketing para passarmos por esse momento complicado.”

 

André Jankavski – Istoé Dinheiro

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