Para ministro Paulo Bernardo, falta de mão de obra qualificada é um gargalo para ser considerado

Brasília, 25/2/2010 – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta quarta-feira, em palestra na ANDIFES – Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, que a falta de mão de obra qualificada no Brasil é um gargalo tão importante para o desenvolvimento do país quanto a infraestrutura.

Assim, destacou, “temos que prosseguir neste debate da necessidade de retomada do investimento na educação e na formação de novos engenheiros, geólogos”. Enfatizou que os investimentos na área social são tão “cruciais quanto os investimentos em infraestrutura para levar o país à quinta economia mundial em 2013, como prevê estudo divulgado recentemente pela Price, Waterhouse&Coopers”, disse Bernardo.

O ministro do Planejamento ressaltou para a platéia formada por reitores das universidades federais o êxito do Programa federal REUNI – Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades que dobrou o número de vagas nas universidades. Passaram de 113 mil em 2003 para 227 mil em 2010, além de aumentar a regionalização e interiorização da educação superior com a criação de 12 novas universidades federais.

Bernardo afirmou que o governo federal está otimista com as condições da economia e com o que está acontecendo no Brasil nos últimos 7 anos. Segundo Bernardo, “se compararmos as condições de economia brasileira em 2002 e hoje veremos uma diferença abissal”.

Acrescentou que em 2002, havia um temor sobre as perspectivas de um Governo do Partido dos Trabalhadores e os valores dos papéis da dívida dispararam, o que teve um alto custo para o Tesouro Nacional. Segundo Bernardo, “nossa dívida era 34% atrelada ao dólar cujo valor quase dobrou no final de 2002 e a inflação que tinha atingido 17% e poderia chegar ao final de 2003 em 40% se o governo não tivesse tomado medidas de austeridade fiscal e controle”.

O ministro destacou que o Brasil chegou em 2010 com outro cenário – previsibilidade, questão fiscal equilibrada, inflação controlada, menor taxa de juros em décadas. A partir desse novo cenário,o país pôde retomar o planejamento e os investimentos públicos com o lançamento do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, em 2007 que segundo Bernardo, ficará marcado como o início do maior ciclo de investimentos no país desde JK.

Bernardo destacou ainda a preocupação do governo com a questão urbana e como isso afeta a população das grandes cidades que vêem sofrendo pesados prejuízos sociais e materiais com as chuvas que castigam vários municípios, resultado, segundo o Ministro, do crescimento desordenado que começou a ocorrer a partir da década de 60.

O ministro falou ainda do Programa Minha Casa, Minha Vida que tenta resolver pela primeira vez no país, o financiamento de imóveis para a população que ganha até 3 salários mínimos. Destacou ainda a disposição do governo federal para incluir no PAC 2 obras destinadas a combater e principalmente, prevenir, os efeitos dos desastres climáticos sobre as  cidades brasileiras.