Ranking e Avaliação de Universidade

Todo Ranking parte de pressupostos em cujas bases repousam as afirmações sobre o que são as melhores, as medianas e as piores. Apesar de todas as críticas que podemos fazer a esse conceito de hierarquização não podemos esquecer que as universidades são públicas ou atuam, quando privadas, sob concessão do Estado Brasileiro e é legítimo que a sociedade tenha referências de qualidade sobre as instituições que ela mantém. Ademais é importante para ações de políticas públicas, para ações de regulação do estado e para redefinição de rumos das próprias instituições. Poderíamos citar inúmeros motivos para a avaliação e também para essa busca de Ranking. É certo que a avaliação é incontestável, já o ranking nem tanto.

A maior crise da implantação da UFRB ocorreu quando após a divulgação dos IGC das universidades pelo INEP, os valores foram colocados num Ranking. A nossa instituição figurou como a pior universidade federal do Brasil, num momento em que ainda buscava a sua consolidação. Depois de divulgado, como explicar que aquela nota era oriunda de um único curso que foi avaliado quando ainda era da UFBA? Como explicar que no dia da prova do nosso único curso avaliado houve também um concurso para agrônomos e os estudantes tiveram que optar entre se dedicar mais tempo ao ENADE ou fazer o concurso? Como fazer chegar ao público que éramos vítimas da miopia de alguns burocratas do INEP e da maldade consciente de alguns setores da sociedade contrários à interiorização? Mas, enfim sobrevivemos…

A grande questão na avaliação e no Ranking (devemos diferenciar os conceitos) é justamente a definição de critérios. Ou seja: para dizermos que essas universidades são boas ou ruins precisamos expor quais os princípios que nos guiam. Então é necessário a exposição de um conceito de universidade. Por exemplo, o RUF da Folha é muito óbvio como também é o IGC e não contribuem muito para o debate, tão necessário ao nosso País: afinal de contas, podemos falar em um conceito de Universidade Brasileira? Qual a contribuição da experiência brasileira de instituições universitárias? Qual a universidade necessária ao Brasil?

Não tenho dúvidas que os critérios utilizados pelo RUF, como óbvios, possuem sim uma grande correlação com a realidade objetiva, ou seja, os aspectos analisados retratam (ou buscam retratar) conceitos convencionais e consagrados internacionalmente: ensino, inserção no mercado de trabalho, pesquisa, internacionalização e inovação. Mas ainda assim podemos  questionar o RUF em duas dimensões: a) diz respeito aos aspectos considerados nos quesitos escolhidos para construção do RUF e b) diz respeito a uma discussão mais conceitual e possivelmente mais polêmica – afinal o que é universidade?

Na primeira dimensão consideramos que os quesitos pesquisa, inovação e internacionalização estão bem postos. O mesmo não ocorre com o processo de avaliação sobre ensino e inserção no mercado de trabalho.
No quesito “ensino” que vale 32 dos 100 pontos do RUF foram considerados:

-­ Pesquisa feita pelo Datafolha com uma amostra de 464 professores universitários cadastrados pelo Inep­MEC que fazem avaliações dos cursos de graduação. Eles responderam quais eram as melhores instituições em suas respectivas áreas de atuação (22 pontos);

– Percentual de professores com doutorado, coletado do Censo da Educação Superior 2011 (4 pontos);

– ­Percentual de professores com dedicação integral, coletado do Censo da Educação Superior 2011 (4 pontos);

– ­Nota dos cursos de graduação no Enade, avaliação do governo federal (2 pontos).

Todos sabem que apesar dos esforços ainda existe uma grande subjetividade nas avaliações dos professores universitários cadastrados pelo INEP/ ­MEC que fazem avaliações dos cursos de graduação, tanto é que o próprio INEP não considera essa nota para a composição do IGC. Então por que a valorização tão elevada desse item? (22% da pontuação do RUF).

Na contramão, a nota dos cursos do ENADE avaliados pelo Governo Federal vale apenas 2 pontos em 100! Fica claro que esse Ranking foi feito também para não distorcer as notas das excelentes universidades estaduais paulistas, que só agora começam a aderir ao ENADE.

No quesito mercado de trabalho, que vale 18 pontos em 100, foi considerado uma Pesquisa Datafolha com uma amostra de 1.681 responsáveis pela área de recursos humanos das empresas (profissionais que fazem as contratações), que atuam na área dos 30 cursos de graduação avaliados no RUF. Há dúvidas se o mundo do trabalho no Brasil, que ainda possui um “mercado” tão diverso tenha a sua medida representada por esses responsáveis pela área de recursos humanos das empresas.

Mas algo que não podemos desprezar nesse debate diz respeito ao conceito de universidade que defendemos para o Brasil. Que há da experiência mais singular da universidade brasileira no RUF ou no IGC? Atrevo-me a responder: nada!

Sim, qualquer universidade, conceitualmente deve ter na construção do conhecimento a sua ação basilar e nesse aspecto, talvez os 40 pontos (em 100) destinados à pesquisa no RUF sejam até pouco. Vale ressaltar aos afoitos que não é aí que queremos debater, inclusive porque a simplificação conceitual da universidade ocorre é nos outros parâmetros!

Será que não precisamos ousar sobre aquilo que tão ardentemente defendemos como “qualidade”?

Pensar no conceito de universidade não deve significar também uma contribuição efetiva à formação geral dos nossos estudantes? A Universidade precisa ir além de preparar o que William Zinsser chamou de “bárbaros altamente qualificados”. O que as universidades brasileiras têm a falar sobre o comportamento dos nossos médicos frente aos colegas cubanos? Não há uma dimensão acadêmica nesta questão? Isso não tem vínculo com qualidade de ensino? Nesse sentido a avaliação da formação geral do ENADE pode contribuir com esse diálogo?

A busca por inserir os seus alunos na diversidade social brasileira não deve ser parâmetro de qualidade que se soma aos conceitos de responsáveis pela área de recursos humanos de grandes empresas? Afinal, o estimulo à diversidade étnico-racial, geracional e gênero nas universidades não deveria ser um parâmetro fundamental de qualidade num país como o Brasil, com feridas sociais tão doídas e abertas?

Qual é a nossa opinião sincera sobre o preceito constitucional da extensão como pilar fundamental da universidade brasileira? Será que a “extensão” pode ser medida em toda a sua extensão pelas publicações do Web of Science e SciELO ou no número de pedidos de patentes pedido no INPI?

Enfim, são impressões bem gerais sobre essas avaliações e Ranking que aos poucos vão definindo na sociedade o conceito de universidade brasileira! Ao que parece estamos nos distanciando, para o bem e para o mal, daquilo que sonhou gente como Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira.

Paulo Gabriel Soledade Nacif – Reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

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