Reitor da UnB defende grevistas

O reitor José Geraldo de Sousa Junior disse aos servidores técnico-administrativos da UnB que está ao lado da categoria em defesa do pagamento da URP. A declaração foi feita em reunião com os servidores no Auditório da Reitoria, nesta terça-feira, 14 de setembro, após assembleia na Praça Chico Mendes. O encontro também teve a participação de representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB).

Os técnicos cobraram uma posição mais ativa de José Geraldo na perda da URP. “Acreditamos que o reitor pode ser o principal ator nessa greve. Queríamos que ele fosse o interlocutor de nossas ações”, afirmou Mauro Mendes, integrante do Comando de Greve.

O reitor explicou a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU), que emitiu documento com força executória determinando o corte integral dos 26,05% dos cerca de 3 mil técnicos da UnB em 18 de maio, não pode ser descumprida, sob risco de intervenção na universidade. “Não podemos contar com atos heróicos. Vejam o que muitos desses atos trouxeram para a história da UnB nas petições da procuradora da República Raquel Branquinho”. Raquel investiga irregularidades cometidas na gestão Timothy Mullholland.

José Geraldo disse ainda que a greve de fome do servidor Marcelo Parise é um fato que precisa de atenção de todas as partes envolvidas, inclusive da Justiça. A secretária de Recursos Humanos, Gilca Starling, informou que pediu a abertura de uma nova rodada de negociações sobre a URP com o Ministério do Planejamento, em razão da greve de fome do técnico administrativo. “Esse é um fato novo que não pode ser ignorado”, disse Gilca.

STF – O reitor afirmou que vai estudar a possibilidade de fazer uma nova visita à ministra, para tratar da ação do Sintfub que está à espera de julgamento, desde maio. Ele sugeriu ainda que sejam criadas agendas em busca do julgamento da liminar. Segundo ele, é preciso fazer com que as ações estejam direcionadas em um só objetivo. “As formas de mediação são diferentes enquanto você é reitor, que faz parte do sistema de uma instituição, e quando você é o movimento”.

Em assembleia, o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) decidiu fazer um ato na Praça dos Três Poderes na quinta-feira, 16 de setembro. A concentração será na praça Chico Mendes, na UnB, a partir das 9 horas.

Ontem, o Comando de Greve do Sintfub reuniu-se com a assessoria da ministra Cármen Lúcia. “A assessoria comprometeu-se a passar o caso para ela e marcar uma audiência”, relata Walmir Floriano, advogado do sindicato.

GREVE DE FOME – O servidor Marcelo Parise, que completou nesta terça-feira o sexto dia sem alimentar-se, permanece agora na Faculdade de Educação, por sugestão do reitor. “Não pretendo ficar na reitoria, como foi sugerido por alguns, para não atingir ainda mais a nossa Universidade”, conta Parise, que também esteve na assembleia. “Eu luto é pela legalidade dos fatos”, afirma.