Resultado da prova será divulgado até 5 de fevereiro

O Ministério da Educação fixou o dia 5 de fevereiro como a data-limite para a entrega do resultado do Enem. O ministério julga que, com essa data, o início das aulas nas universidades não será afetado em 2010. A intenção, no entanto, é que esse prazo seja antecipado.

Para isso, o MEC negocia com o novo consórcio – formado por Cesgranrio e Cespe – a contratação de um número extra de professores que ficariam encarregados de corrigir as provas de redação.

Antes do adiamento, a entrega dos resultados estava marcada para o dia 4 de dezembro.

Nova estrutura

O Ministério da Educação estuda criar um núcleo para organizar as provas do Enem dos próximos anos e demais avaliações feitas pela pasta e, se necessário, para outras áreas do governo. Pela proposta, a nova estrutura teria como atribuição aplicar e preparar toda a logística. O formato idealizado incorporaria o auxílio de Correios e Polícia Federal – a exemplo do que vai ocorrer na prova do Enem em dezembro.

A estratégia faz parte do conjunto de propostas avaliadas por um grupo convocado na semana passada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Depois do vazamento da prova do Enem, o ministro mandou formar uma equipe para encontrar substitutos à licitação – processo atualmente indispensável para escolher os organizadores da avaliação. Embora prevista em lei, o ministro crê que o processo traz insegurança.

O vazamento do Enem reforça os argumentos do ministro. O consórcio Connasel, formado pelas empresas Consultec, Cetro e Funrio, foi o único participante da licitação neste ano. Segundo o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, não havia mecanismos para cancelar a licitação, mesmo com apenas um concorrente.

Com o vazamento, Haddad viu-se obrigado a preparar uma estratégia às pressas. Desfez o contrato, mas não havia tempo para outra licitação. Também não havia um segundo colocado para ser convocado. A saída foi um contrato emergencial com duas empresas e contar com Correios e Força Nacional.

Uma estrutura própria traria estabilidade ao processo, justificam os defensores da proposta. Outro argumento é o de que esse núcleo teria um volume expressivo de trabalho no governo.

Lígia Formenti – O Estado de São Paulo, 08/10