SBPC e UFMA juntas pela valorização do papel da ciência

Um momento ímpar para a ciência terá como cenário, a partir deste domingo, dia 10, a Universidade Federal de Goiás (UFG) em Goiânia (GO), onde acontece, até o dia 15 deste mês, a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o maior evento científico da América do Sul e Caribe. Com base no tema central Cerrado: água, alimento e energia, milhares de cientistas, pesquisadores, professores, técnicos e estudantes mostrarão os avanços do conhecimento nas mais diferentes áreas da ciência. Da mesma forma, debaterão políticas públicas em educação, ciência, tecnologia, saúde e meio ambiente, durante conferências, simpósios, mesas-redondas e minicursos.

Digo que este momento é único porque fazer ciência é um dos requisitos básicos para qualquer nação que queira se inserir entre as grandes potências mundiais e que respeita o direito transgeracional de seus descendentes. Atualmente, o Brasil está classificado na 13ª posição do ranking mundial da produção da ciência, número que ultrapassa países com mais tradição histórica, como é o caso da Holanda e da Rússia.

Parte deste crédito se deve à Sociedade fundada em 8 de julho de 1948, cujos registros históricos atribuem aos cientistas e doutores José Reis, Maurício Rocha e Silva e Paulo Sawaya a convocação de 60 pessoas para, no auditório da Associação Paulista de Medicina, criarem a entidade destinada a lutar pelo progresso e pela defesa da ciência em nosso País. No ano seguinte, ocorreria a primeira reunião anual, iniciada em 11 de outubro, na cidade de Campinas (SP).  Dezenas de outras cidades abrigaram, ao longo destes anos, as discussões que tanto geraram conhecimento e inovação nas outras reuniões da SBPC.

A Universidade Federal do Maranhão é uma das parceiras mais entusiastas desse evento e, numa prova de seu apreço, estará presente na 63ª Reunião Anual da SBPC, contribuindo com a apresentação de 125 trabalhos científicos dos 189 inscritos por instituições de ensino superior do Estado. Esta contribuição da UFMA representa o envolvimento de aproximadamente 400 grupos de pesquisas. Convém destacar que, dos 125 trabalhos, 17 participam da Jornada Nacional de Iniciação Científica, que reúne trabalhos de estudantes de ensino médio, profissionalizante ou de graduação. Na mesma ocasião, será apresentada a Tenda da Ciência da SBPC Jovem com experimentos desenvolvidos no Laboratório de Divulgação Científica Ilha da Ciência. Portanto, trata-se de um momento particularmente importante para todos nós do Estado do Maranhão.

Em 2012, ano que celebra seus 400 anos de fundação, a Cidade de São Luís sediará a 64ª Reunião Anual da SBPC, no período de 22 a 27 de julho. Muitos passos já foram dados para garantir a infraestrutura, e todas as providências estão sendo cuidadosa e criteriosamente tomadas para assegurar as condições necessárias para a realização de um evento da importância e do quilate da SBPC.

É uma honra para a cidade de São Luís, e em especial, para a nossa Universidade, sediar mais uma vez uma Reunião Anual da SBPC. Em 1995, ocorreu na UFMA a 47ª Reunião Anual, cujos números são um recorde histórico até agora não ultrapassado. Nesta nova edição, pretendemos superar todos os índices. Mas é principalmente para celebrar conosco, nesse histórico ano de 2012, o 400º aniversário de fundação de nossa Capital, que a Universidade Federal do Maranhão convida e espera receber, de braços abertos, toda a comunidade acadêmica e universitária do Brasil, das Américas e de todo o planeta.

Durante o evento que acontece em Goiânia, está agendada uma reunião do Conselho Nacional da entidade, na qual um dos pontos de pauta será a escolha do tema central da Reunião de São Luís. Nessa oportunidade, apresentaremos como sugestão os temas Sustentabilidade, Cultura e Pobreza, os mais votados em enquete realizada pelo portal da UFMA, na Internet, entre os cinco temas propostos: Bioma, Energia, Cultura, Pobreza e Sustentabilidade. Na Assembléia de encerramento da Reunião de Goiânia, a UFMA e as nossas autoridades máximas – estadual e municipal – apresentarão os motivos que levaram São Luís a sediar tão importante evento.

Temos feito nossa parte para resgatar e sustentar o patrimônio histórico, artístico, cultural e científico que honra as tradições do Estado do Maranhão, preservando e respeitando sua memória coletiva. Mas sabemos que a preservação e a sustentabilidade passam pelo avanço e pelo aporte de novas soluções, inovadoras e socialmente justas.

Mas para além de uma ocasião, repito, extremamente importante para a discussão científica, quero ressaltar o papel da Universidade Federal do Maranhão para o progresso deste Estado, através de nossa bem definida infraestrutura tecnológica e científica. Somos uma instituição pensante, voltada para a melhoria da sociedade. Investimos na pesquisa, no ensino e na extensão sempre com o objetivo de inovar e de incluir, palavras que não são apenas acessórios de um discurso, mas de um fazer gerador de nova realidade.

Nomes consagrados como Newton, Einstein, Pitágoras, Galileu e Copérnico produziram ciência não só porque eram gênios, pois nem todos tiveram esse reconhecimento enquanto viveram, mas porque eram compelidos pela vontade de deixar sua contribuição, mudando algum paradigma, realidade ou teoria existente. Que sejamos impelidos a abraçar e a reconhecer a ciência como impulsionadora da melhoria da qualidade de vida para nós mesmos e para o mundo com o qual sonhamos deixar para nossos descendentes.