Sobram vagas em medicina da UFF e próxima da lista não é chamada

Semana passada, a universidade divulgou a 7ª lista de reclassificação, com nomes de mais sete alunos. Nem todos compareceram, e sobraram três vagas. Gracinda era a primeira da próxima lista, mas não foi chamada.

Passar no vestibular, todo mundo sabe, é difícil. Vencer a burocracia é ainda mais. Veja a história que a repórter Mônica Teixeira descobriu no Rio de Janeiro.

A estudante Gracinda da Conceição quer o direito de estudar medicina em uma universidade pública. Ela fez o Enem e, na classificação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), não conseguiu pontos suficientes para ser chamada na primeira lista de aprovados. Por isso, entrou para a lista de espera. A estudante ficou em 39° lugar para o curso de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Na semana passada, a universidade divulgou a sétima lista de reclassificação, com os nomes de mais sete alunos. Nem todos compareceram para fazer a matricula, e sobraram três vagas. Gracinda era a primeira da próxima lista, mas não foi chamada. “Eu solicitei à universidade que fizesse a minha matrícula uma vez que eu era a próxima da lista, e eles se recusaram. Tenho direito porque no edital não consta o número máximo de reclassificações”, afirma a estudante Gracinda da Conceição

O edital do Sisu prevê que as vagas não preenchidas sejam ocupadas de acordo com a ordem imediata da classificação, mas a universidade decidiu não convocar mais candidatos, porque alega que a entrada de novos alunos três semanas após o inicio do ano letivo prejudica o aproveitamento. Gracinda recorreu à Justiça e aguarda uma decisão.

Durante entrevista para a nossa equipe, a universidade anunciou que candidatos da lista de espera serão chamados no segundo semestre. “As vagas ociosas do primeiro semestre serão preenchidas no segundo semestre usando a mesma lista de chamada”, explica a representante da Universidade Federal Fluminense, Suzete Lopes.

Em todos os cursos oferecidos pela UFF, há cerca de 100 vagas que não foram preenchidas pelo Sisu, o que não deveria acontecer. Segundo especialistas em educação, o ingresso nas universidades de acordo com o desempenho no Enem tem como objetivo facilitar o acesso ao Ensino Superior e garantir que nenhuma vaga fique sobrando. “Tem que haver ‘n’ convocações até preencher todas as vagas”, diz Antonio Freitas, do Conselho Nacional de Educação. “Quando eu deixo de chamar os alunos, eu estou tratando mal o dinheiro de quem paga imposto”.