UFAC – Uma estratégia em prol do desenvolvimento regional

O Acre é um dos estados da federação brasileira com menor representatividade econômica e política. Além disso, sua localização geográfica não é favorável. É nessa interação de complexas circunstâncias que a Universidade Federal do Acre (Ufac) está inserida, com desafios fabulosos a serem enfrentados.

Para ilustrar esse painel, quando assumimos a Reitoria, no final de 2012, a Ufac estava prestes a completar 50 anos de história sem ainda possuir pelo menos um programa próprio de doutorado. Além do mais, mesmo sendo a única universidade pública do nosso Estado, a Ufac, por diversos motivos, não possuía uma boa imagem perante a sociedade.

Nosso compromisso em trabalhar para que a Ufac possa se fortalecer para cumprir sua missão de produzir e difundir conhecimentos se torna muito mais difícil e complexo. Nossas limitações extrapolam a trajetória histórica da universidade. No entanto, desde que assumimos a Reitoria, sempre fomos conscientes das dificuldades e desafios que iríamos encontrar. Dado o quadro que encontramos, foi necessário atuar em três frentes, simultaneamente. Todas estas frentes foram entendidas como vetores fundamentais para a sobrevivência e o futuro da instituição.

Primeiro, direcionamos nossas preocupações para as engrenagens internas da Ufac, procurando minimizar travas que dificultam o funcionamento de toda a organização, como Comissão Permanente de Licitação, setor de compras, Prefeitura do Campus, setor de tecnologia de informação e comunicação, setor de projetos, dentre outros. Segundo, buscamos, de imediato, coordenar, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), a elaboração das propostas para novos cursos de pós-graduação, com ênfase nos programas de doutorado. E, terceiro, priorizamos o processo de construção do Planejamento Estratégica da universidade, ação que foi logo seguida pela revisão do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2015/2019).

Em meio às adversidades atuais, conseguimos avanços significativos nos ambientes acadêmicos, incluindo climatização das salas de aula, reformulação da Biblioteca Central e reconstrução do Restaurante Universitário, além da reorientação na lógica de manutenção dos “campi”, seja no âmbito estrito da limpeza, seja na esfera do paisagismo.

Da mesma forma, conseguimos a aprovação de dois programas próprios de doutorado, além dos cursos em rede que já funcionavam. Para as grandes e médias universidades, essa ação não tem tanto significado. Entretanto, para a Ufac, com mais de 50 anos de história, é algo decisivo.

A elaboração do Planejamento Estratégico, combinada com a reformulação do PDI, completa o terceiro vetor da nossa estratégia de gestão. Nesse processo, conseguimos definir nossa missão e visão, bem como os principais projetos estratégicos, por meio de um intenso diálogo com as comunidades interna e externa, realizando audiências públicas e diversas reuniões.

Nosso desafio básico é transformar a Ufac numa instituição que resgate o respeito da sociedade e que seja reconhecida por suas ações de ensino, pesquisa e extensão. Mais do que qualquer região desenvolvida, o Estado do Acre precisa que sua principal instituição de educação superior seja agente ativo no processo de desenvolvimento socioeconômico.

A crise atual se interpôs na trajetória de nossa missão e finalidade. No entanto, em face de todas as dificuldades, conseguimos avanços significativos no ambiente interno da instituição, bem como uma melhora muita representativa na imagem da universidade perante a sociedade. Dessa forma, o papel da Ufac no desenvolvimento do nosso Estado vai se transformando e evoluindo, na direção da melhoria e aperfeiçoamento dos indicadores socioeconômicos.

Minoru Martins Kinpara – Reitor da Universidade Federal do Acre