Ufam comemora seus 110 anos com extensa e variada programação ao longo de 2019

Uma Universidade amazônica repleta de pessoas, sonhos, árvores e bichos em quase seis milhões de metros quadrados. Se hoje impressiona imaginar um lugar assim, mais nobre ainda é comemorar, neste dia 17 de janeiro de 2019, os 110 anos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a mais antiga do Brasil, segundo registro no Livro dos Recordes. Uma extensa programação – que inclui arte, ciência, cultura, esporte e muito mais – será realizada ao longo do ano, dando a conhecer as antigas e atuais conquistas da Ufam.

Sempre atualizada na missão de cultivar o saber em todas as áreas do conhecimento por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, desde 1909, a então Escola Universitária Livre de Manáos contribui para formar cidadãos e desenvolver a Amazônia. Centenária, a Instituição olha para o futuro ao estabelecer como principal meta a excelência na formação superior, na produção científica e no desenvolvimento social.

Em mensagem à comunidade acadêmica, o reitor, professor Sylvio Puga, homenageia e reconhece o empenho de gerações de professores, técnico-administrativos e discentes em prol de um ideal maior. “Em nome de toda a Administração Superior, eu gostaria de parabenizar cada um dos membros da nossa comunidade universitária. A cada ano, o esforço de todos – sem exceção – é o que nos qualifica e o que nos faz avançar na história da Universidade”, diz.

“Eu quero deixar o nosso agradecimento a todos aqueles que construíram a nossa Universidade, desde o primeiro momento, e a todos os que, atualmente, continuam a erguer a nossa Instituição a partir dos ideais de Eulálio Chaves e de todos aqueles que sonharam em fazer uma universidade na Amazônia”, declara o professor Sylvio Puga.

Reconhecimento

Contando com mais de mil e setecentos professores de carreira, mil e seiscentos técnico-administrativos em Educação e mais de 40 mil estudantes nas diversas modalidades de formação, a Ufam oferece 118 cursos de graduação e outros 61 de pós-graduação. As atividades são desenvolvidas tanto na capital quanto em cinco campi estrategicamente instalados nos municípios de Benjamin Constant, Coari, Humaitá, Itacoatiara e Parintins.

Nas palavras do diretor do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ-Parintins), professor José Luiz Fonseca, completar 110 anos é “pertencer à História de uma nação e do mundo, verdadeiro marco na vida e na história do povo do Amazonas”. “Nos 11 anos em que este instituto atua como Unidade permanente da UFAM em Parintins, o mesmo tem prestado relevantes serviços à comunidade amazonense, principalmente aos que vivem no interior do Amazonas, que tiveram a oportunidade de ver seus filhos e demais integrantes de seus familiares, frequentar curso de ensino superior em uma universidade com qualidade amplamente reconhecida”, analisa o docente.

Para a coordenadora acadêmica do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB-Coari), professora Tânia Custódia, é expressiva a transformação proporcionada pela presença da Ufam no interior do Amazonas. “Atuo no Instituto desde a implantação, em 2006. Nesse período, não há dúvida sobre o fortalecimento da ciência, da educação e da pesquisa onde há unidades acadêmicas. Centenas de profissionais já foram entregues e hoje atuam no Médio e no Alto Solimões como pesquisadores, licenciados e profissionais da saúde”, sustenta a gestora.

A formação de nutricionistas, por exemplo, só é ofertada no ISB. Segundo a professora Tânia Custódia, esses profissionais ganham espaço não apenas nos hospitais daquela mesorregião, mas nas Unidades Básicas de Saúde (USB) e nas escolas. “A taxa de mortandade infantil reduziu muito nesse período, assim como a qualidade da formação escolar, pela atuação dos egressos dos cursos de licenciatura”, destaca a coordenadora acadêmica do Instituto.

O Instituto de Educação, Agronomia e Ambiente (IEAA-Humaitá), implantado no Sul do Amazonas, está inserido numa área de transição de biomas e fronteira agrícola. Há quase 13 anos, oferta os bacharelados em Agronomia e Engenharia Ambiental, além de quatro licenciaturas e dois mestrados. Segundo a diretora da Unidade, professora Ana Cláudia Nogueira, a presença da Ufam “mudou a cara do município e também das calhas dos rios Madeira e Purus, com mais de dez cidades atendidas”.

Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ-Parintins), um dos cinco campi fora da sedeInstituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ-Parintins), um dos cinco campi fora da sede

“Um dos nossos objetivos, quando da implantação da Unidade, era o de formar um quadro qualificado com pessoas desta região, e hoje isso já é uma realidade”, afirma a diretora. Dos professores de carreira do IEAA, seis são egressos do Instituto; enquanto o quadro de TAE conta com outros cinco ex-alunos. “Ficamos muito felizes ao constatar as transformações por que a cidade passou, seja pelo fortalecimento da economia, seja pela melhoria dos índices locais, mas a oportunidade que se trouxe para o interior”, comemora a também egressa da Ufam.

Ao parabenizar a Universidade, o diretor do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET-Itacoatiara), professor Jorge Kanda, diz que há diferentes maneiras pelas quais a Ufam se mostra indispensável para o Amazonas. “Diversos profissionais que atuam em órgãos públicos ou empresas privadas localizadas no Estado tiveram sua formação acadêmica conosco, e essa realidade reflete o quão importante e valorosa é a nossa instituição para a sociedade”, resume o gestor.

“Ao se expandir para o interior, na década passada, a Instituição permitiu que muitas famílias com baixa renda per capita realizassem o sonho de ter um familiar matriculado em curso superior de uma universidade federal, renovando a esperança de um futuro promissor. A contratação de centenas de servidores (técnicos administrativos e professores) e a concessão de auxílios financeiros aos alunos são iniciativas igualmente importantes”, frisa o professor Jorge Kanda.

Com tal estrutura, a única universidade federal localizada no Amazonas, até o momento, atende a mais de 50 municípios do interior, ao mesmo tempo em que mantém mais de 170 parcerias com instituições estrangeiras de ensino, pesquisa e desenvolvimento. “Nosso objetivo é tanto fortalecer a identidade regional quanto buscar o reconhecimento internacional pela atuação de nossos pesquisadores, discentes e docentes”, prospecta o reitor.

Com toda essa bagagem, a Ufam tem sido cada vez mais prestigiada por instituições públicas e privadas das quais é parceira frequente. Tanto a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) quanto a Câmara Municipal de Manaus (CMM) devem organizar sessões especiais em alusão ao aniversário da Universidade ao longo deste ano. O Teatro Amazonas também será palco para uma das ações comemorativas.

Programação

Para fazer jus à data, diversos setores da Universidade preparam um calendário anual alusivo aos seus 110 anos. A Pró-Reitoria de Extensão (Proext) organizará um Festival Universitário de Música (FUM), enquanto a Faculdade de Artes (Faartes), com o apoio dos museus, ficará responsável pela Exposição Fotográfica Itinerante e o Programa Universidade Campeã prepara um conjunto de atividades desportivas, como uma Corrida Comemorativa de Aniversário.

“Este ano, não faremos uma corrida do servidor, mas a corrida do aniversário da Ufam, da qual poderão participar toda a comunidade acadêmica e a sociedade”, detalha o professor Gilmar Couto, responsável pela organização da atividade. “Vamos trazer para o campus pessoas que talvez nem conheçam ainda como é aqui”, declara o professor Couto, que também organiza várias edições do projeto Villa Ludos, com enfoque em jogos de tabuleiro.Calouros se reúnem no setor sul da Universidade, em 1992. Foto: Juscelino SimõesCalouros se reúnem no setor sul da Universidade, em 1992. Foto: Juscelino Simões

A Editora Universitária (Edua), firme na missão de promover e propagar o conhecimento científico produzido na Ufam, consolida importantes projetos em 2019, a exemplo do lançamento de livros com o Selo Edua, que amplia o acesso ao mesmo tempo em que assegura a qualidade das obras digitais. “Tão fundamental quanto compreender o contexto amazônico é estudá-lo e fornecer subsídios acadêmicos para incentivar a pesquisa na maior floresta tropical do planeta”, afirma o diretor da Edua, professor Sérgio Freire, ao resumir o papel da Editora neste contexto de mudanças.

“A ideia é lançar 30 livros físicos com o selo dos 110 anos e pelo menos outras 30 obras com o selo digital, os quais serão inseridos no Repositório Institucional”, adianta o diretor. Ele especifica que, em sua grande parte, serão publicadas teses, dissertações e até memoriais de professores titulares. “Entendemos que os memoriais trazem um pouco da história da própria Universidade, por meio da trajetória dos seus professores, motivo pelo qual queremos fazer esse registro”, conclui o docente.

Acompanhando as comemorações dos 110 anos, o titular da Proext, professor Ricardo Bessa, informa que, em março deste ano, será realizada uma recepção dos calouros. De acordo com o pró-reitor,  simultaneamente ao evento, será inaugurada a Loja da Ufam, com produtos com a marca da Instituição, como adesivos para carro, garrafas para água, copos, agendas, camisas, dentre outros. Conforme explica o professor Ricardo Bessa, a venda de produtos com a marca da Ufam é um procedimento que ocorre em outras instituições de ensino superior, no Brasil e no exterior. “Quando o estudante ingressa no ambiente acadêmico, ele se sente orgulhoso de sua aprovação e quer mostrar que faz parte da comunidade Universitária”, esclarece o docente.

Outra atividade em destaque, prevista para o primeiro semestre de 2019, é o Festival Universitário de Música (FUM), que terá a participação de toda a comunidade universitária. Segundo o pró-reitor, o festival permitirá a valorização de obras com temáticas voltadas para a realidade amazônica em seus vários estilos, bem como dar visibilidade aos talentos universitários. “A organização do Festival Universitário de Musica é uma retomada da atual Administração Superior.  E uma atividade importante para Universidade, que dá exemplo como produtora de conhecimento e também como disseminadora da cultura”, finaliza o pró-reitor.     

 

Ata de aprovação dos Estatutos da Escola Universitária Livre de Manáos - 1909Ata de aprovação dos Estatutos da Escola Universitária Livre de Manáos – 1909 

Antigo prédio da Faculdade de Direito - 1984Antigo prédio da Faculdade de Direito – 1984

Por Cristiane Souza
Equipe Ascom Ufam