UFC discute acessibilidade e inclusão na educação infantil

Com muitos gestos, sinais e expressões corporais dignas de uma atriz de teatro, a Profª Lyvia Cruz prendia a atenção da plateia presente no Auditório Valnir Chagas, da Universidade Federal do Ceará. Na manhã desta quinta-feira (16), ela foi convidada a palestrar sobre literatura infantil e contação de história em libras, a língua brasileira de sinais, para o público da VII Semana de Inclusão e Acessibilidade e do I Encontro de Pedagogia Bilíngue da UFC, que ocorrem até esta sexta-feira (17), na Faculdade de Educação.

Acessibilidade e inclusão na educação infantil são os grandes temas desses eventos em 2019, promovidos pela Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui. Segundo a diretora da secretaria, Profª Vanda Leitão, os temas surgiram da grande demanda de professores da educação básica da rede pública, que frequentemente deparam com a entrada de crianças com deficiência nas salas de aula.

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Metodologias, abordagens, cuidados e inclusão de crianças com surdez, cegueira e outros tipos de deficiências físicas ou intelectuais, como transtorno do espectro autista (TEA), estão sendo discutidos com a comunidade externa e interna da UFC.

Presente no evento, a Profª Francisca Regiane Sabino, da Escola Municipal Professor José Sobreira de Amorim, no bairro Cajazeiras, em Fortaleza, trabalha desde 2010 com crianças com deficiência e diz que “é árduo o trabalho de inclusão, pois requer o apoio de toda a comunidade escolar”.

Ela explica que é nas escolas, por vezes, que as deficiências das crianças são identificadas, o que exige preparo dos profissionais da educação. “Alguns pais têm dificuldade de aceitar a deficiência do filho. Dizem: ‘meu filho é normal, é apenas tímido’, quando, em alguns casos, a criança tem algum tipo de transtorno. Por isso, a gente faz um trabalho também com os pais, orienta, dá encaminhamentos”, relata.

ACESSIBILIDADE – Além de palestras, a VII Semana de Inclusão e Acessibilidade e o I Encontro de Pedagogia Bilíngue da UFC contam com apresentações de trabalho relacionados a esses temas, que têm ganhado força na UFC. De acordo com a Profª Vanda Leitão, há uma evolução na Universidade quando se pensa em acessibilidade, com várias ações sendo desenvolvidas. Um exemplo são as visitas guiadas em libras pelo Museu de Arte da UFC e as exposições com obras em braile, para a fruição de pessoas cegas.

A docente afirma que parte dessa evolução se deve às cotas para pessoas com deficiência no ensino superior: em 2018, cerca de 200 alunos com esse perfil ingressaram na UFC; em 2019, foram 166. “Isso cria um ambiente favorável à inclusão. Estamos nos reunindo com esses estudantes e com coordenadores dos cursos para pensar juntos soluções que garantam o acesso aos conteúdos. Tem dado certo”, avalia Vanda.

Para interessados no tema, a Secretaria de Acessibilidade informa que as inscrições para a VII Semana de Inclusão e Acessibilidade e o I Encontro de Pedagogia Bilíngue da UFC já foram encerradas, mas é possível que não inscritos participem como ouvintes conforme a lotação do Auditório Valnir Chagas, da Faculdade de Educação (Campus do Benfica).

O evento também está sendo transmitido ao vivo, pela Internet. A programação está disponível on-line.