UFES abre debate sobre acontecimentos históricos de maio de 1968

A Ufes abre as portas do campus universitário para celebrar, refletir e debater os acontecimentos marcantes e históricos da década de 1960, na Europa e no Brasil, com as intensas mobilizações populares. Para isso, a Universidade promove entre os dias 22 e 25 de maio, no Cine Metrópolis, o Colóquio 50 anos – Reverberações de maio de 1968 na França e no Brasil.

As inscrições, gratuitas, estão abertas e podem ser feitas aqui. Serão emitidos certificados aos participantes. O evento é realizado pelo Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais (Laburp), de pesquisa e extensão, do Departamento de Geografia. A programação completa pode ser conferida abaixo, em anexo.

Com abordagem sobre os acontecimentos políticos e populares que marcaram o mês de maio de 1968 na França e no Brasil, o colóquio apresentará sessões especiais de cinema, debates, conferências, lançamentos de livros, palestras e apresentações artísticas. Participam como parceiros do projeto a Pró-Reitoria de Extensão (Proex), o Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN), a Secretaria de Cultura da Ufes, o Consulado da França no Brasil e o Instituto França-Brasil.

De acordo com o professor Cláudio Luiz Zanotelli, coordenador do Laburp, o objetivo do colóquio é resgatar as experiências de maio de 1968, bem como refletir sobre as reverberações sociais, políticas, filosóficas, sociológicas, geográficas e históricas entre o Brasil e a França naquele período. “Buscaremos compreender ainda mais os pensamentos e as práticas daquele maio, e que estão presentes no mundo contemporâneo”, propõe Zanotelli.

Manifestações

Maio de 1968, na França, foi marcado por manifestações estudantis que reivindicavam melhorias na educação. O movimento se desdobrou para uma greve operária, unindo trabalhadores e estudantes. Foi a maior greve geral da Europa até então e o presidente do país, general De Gaulle, renunciou um ano depois. A polícia reprimiu os estudantes com violência, com confrontos nas ruas, e o movimento influenciou sociedades de diferentes países a enfrentar a opressão, o conservadorismo e a exploração econômica.

Naquele momento histórico, o Brasil vivia sob a ditadura militar, que reprimia de forma sangrenta os movimentos sociais de resistência ao regime que se encerrou somente em 1985.

“Aquele maio de 1968, na França, teve repercussão planetária, e foi uma contestação de escala mundial contra a sociedade de consumo, as guerras, os regimes autoritários, o colonialismo, a exploração do trabalho, o racismo e os preconceitos”, argumenta o pesquisador. “Um sopro de liberdade e de vontade de mudança”, destaca. “Aquele momento representou a liberação da palavra, da arte de rua e das frases poéticas que os militantes levaram para os muros e fachadas de prédios”, acentua.

Para o professor Zanotelli, enquanto a liberdade ganhava força na França, no Brasil, a repressão aumentava. “É esta reflexão, sobre esses dois contextos históricos, que buscaremos levar para o colóquio”, concluiu.

Acesse a programação completa e outras informações