UFF fará transporte de alunos para evitar roubos

Cinco ônibus vão levar os estudantes até a Estação das Barcas e ao Terminal, em Niterói

RIO – A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFF) comprou seis ônibus para fazer o transporte de alunos dos campi da instituição até pontos como a Estação das Barcas e o Terminal Rodoviário João Goulart, em Niterói. A medida visa a evitar os assaltos a estudantes que vêm ocorrendo durante esse trajeto. Os veículos já foram entregues, mas ainda não estão funcionando por questões burocráticas. Segundo o pró-reitor de Assuntos Estudantis (Proaes) Sérgio Mendonça, da UFF, a universidade pretende iniciar o serviço ainda neste semestre.

– Os ônibus chegaram na semana passada e já se encontram no setor de transportes aguardando apenas o emplacamento e a autorização da prefeitura de Niterói para que possam entrar em funcionamento. Espero que isso aconteça já no próximo mês – explicou.

Com intervalos de 15 minutos, os coletivos deverão circular entre os campi, além de levar os alunos aos principais pontos do transporte público como o Terminal Rodoviário João Goulart e a Estação das Barcas, no Centro. O itinerário que vai ser realizado ainda está sendo estudado e por isso ainda não foi divulgado.

– É muito comum que o mesmo aluno faça disciplinas em diferentes campi, que muitas vezes acabam sendo distantes uns dos outros. Além disso, eles também precisam se locomover até o centro da cidade para pegar transporte público. Com isso, eles ficam muito vulneráveis a situações de risco, principalmente os que estudam no horário noturno e em campi mais isolados, como das faculdades de farmácia, medicina e enfermagem, por exemplo. Portanto, a ideia é oferecer esse transporte para que não os alunos façam mais esses trajetos a pé e tenham mais segurança – disse.

Um dos seis veículos será destinado ao polo avançado da UFF em Volta Redonda, no interior do estado. A direção da instituição estuda ainda expandir o serviço a todos os campi no Estado do Rio.

– Escolhemos Volta Redonda por ser o segundo maior campus da UFF. Lá temos mais de 3 mil alunos – afirmou.

Só em janeiro deste ano, foram registrados cerca de 90 roubos a transeuntes nas regiões atendidas pela delegacia do Centro, onde há mais movimentação de estudantes em Niterói. O pró-reitor de Administração Leonardo Vargas e o comandante do 12º BPM (Niterói) se reuniram na terça-feira para traçar um reajuste no plano de policiamento no entorno das unidades da UFF. A Rua Lara Vilela está entre as que serão incluídas no planejamento. A universidade possui cerca de 20 mil alunos, sendo que pelo menos 10 mil têm aulas à noite, horário de maior perigo.

Volta às aulas com assaltos
Somente nos dois primeiros dias de volta às aulas no Instituto de Artes e Comunicação Social (Iacs), esta semana, estudantes relataram dois assaltos nas imediações do campus, na Rua Professor Lara Vilela, em São Domingos. Por volta de 12h de terça-feira, nas proximidades do Iacs, uma aluna foi rendida e teve a bolsa levada por um bandido armado com uma faca. Na segunda-feira, duas pessoas — incluindo um segurança da instituição — também tiveram seus pertences roubados na mesma localidade. E uma aluna do curso de veterinária teve seu carro furtado no Vital Brazil na sexta-feira passada.

Como outra medida contra violência, o pró-reitor disse também que os campi já contam com câmeras de segurança. Em breve, novos equipamentos serão instalados.

– A ideia é instalar câmeras em todas as unidades. Sabemos que isso não soluciona o problema. Estamos apenas querendo oferecer mais segurança a nossos estudantes e contribuir no auxílio do poder público, que é responsável pela questão.

Crimes em Niterói
Em abril do ano passado dois homens armados invadiram, pela segunda vez em menos de seis meses, o bandejão da universidade. Por volta das 15h30, eles entraram no local, renderam os funcionários e levaram cerca de R$ 1 mil, além dos pertences das vítimas. Após esse episódio, alunos da UFF, na tentativa de buscar uma solução para a onda de violência, criaram o site intitulado “Crimes contra estudantes de Niterói”, onde qualquer universitário pode marcar em um mapa virtual da cidade o dia, a hora e o local exato onde sofreu algum tipo de violência.