UFMA implementa pisos e placas acessíveis

SÃO LUÍS – Incluir pessoas com deficiência na participação de atividades do cotidiano e no manuseio de produtos e tecnologias: esse é o significado da palavra acessibilidade, algo indispensável para eliminação de barreiras e inclusão da participação de pessoas com qualquer tipo de deficiência na sociedade e que está sendo implementado de forma eficiente no Centro de Ciências Sociais (CCSo). Desde o ano de 2016, o prédio vem adotando práticas e itens que facilitam a locomoção de estudantes cegos e cadeirantes. A última delas foi a inserção de pisos táteis e placas com leitura em Braille.

Lindalva Maciel, diretora do Centro de Ciências Sociais (CCSo), explica que o levantamento de pessoas que necessitam de acessibilidade é feito desde a sua chegada na diretoria. Segundo ela, o CCSo é o prédio com o maior número de alunos que possuem algum tipo de deficiência, com cerca de 138 alunos com deficiência frequentando o centro. Isso motivou a criação de uma comissão para discutir pontos cruciais da inclusão no prédio.

“Nós constituímos uma Comissão de Acessibilidade com representação de todos os departamentos acadêmicos, com a coordenação da professora Kaciana, do Departamento de Educação I. Essa comissão tem feito levantamentos e ações tendo em vista a inclusão dos alunos. Um dos primeiros passos foi a realização de uma roda de conversa e discutimos a melhor forma de trazer a acessibilidade para o nosso centro, a começar pelas atitudes em sala”, pontuou.

A implementação dos itens foi concluída entre os anos de 2017 e 2018. “É uma das maiores conquistas do Centro e da Administração Superior, nesse período. Nós temos vários alunos cegos de diversos cursos, como Comunicação Social, Administração e Direito, por exemplo. Após a implementação, houve relatos de alunos em redes sociais que diziam que finalmente conseguiram conhecer o CCSo”, disse.

Existe significados diferentes para cada textura dos pisos para a pessoa com deficiência visual, fato ignorado muitas vezes por pessoas sem deficiência, como explica a chefe de Núcleo de Acessibilidade, Maria da Piedade. Sem a devida preservação, o equipamento pode acabar sendo inutilizado.

“A sinalização é muito forte para os portadores de deficiência. O piso, por exemplo, tem dois formatos: um de alto-relevo contínuo e outro em formato de bolinhas. No CCSo, o piso com textura de bolinhas é aplicado na direção da porta de cada ambiente, enquanto o piso com textura contínua é aplicado nos corredores”, explicou.

O estudante cego Ronilson Almeida, do curso de Comunicação Social, conta que pessoas vem o ajudando desde a sua chegada na Universidade, já que a locomoção se torna dificultosa sem o piso tátil e as placas informativas. “As sinalizações em Braille são muito importantes para nós. Por exemplo, quando precisamos ir ao banheiro, as placas nos auxiliam a dizer qual é o masculino e qual é o feminino. As placas também nos ajudam a identificar as nossas salas, já que antes era muito dificultoso achá-las em nosso prédio”, pontuou.

Saiba mais

O CCSo também adquiriu uma mesa adaptada para alunos cadeirantes com o apoio do Departamento de Design, que será colocada logo após a chegada de novas cadeiras e também do ingresso de alunos cadeirantes. Atualmente, a mesa está sendo utilizada por dois alunos do curso de Direito em aulas na sala 105 do Bloco C do prédio.

Outra medida é a criação de uma sala destinada para os alunos com deficiência durante os intervalos de almoço. Para auxiliar os estudos, a sala terá computadores disponíveis para uso.

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