UFMA recebe navio para estímulo à pesquisa nas ciências do mar

SÃO LUÍS – A UFMA recebeu, na manhã desta terça-feira, 14, do Ministério da Educação e da Secretaria da Comissão Interministerial para Recursos do Mar da Marinha do Brasil, o Navio Ciências do Mar II, que servirá como laboratório para os cursos ligados à área de ciências do mar, como Oceanografia, Engenharia de Pesca, Geografia, Biologia, entre outros. A cerimônia de entrega ocorreu na Base da Capitania dos Portos, na Ponta da Espera, com a presença de mais de 350 pessoas, entre reitores das diversas Instituições do Piauí e da região Norte, professores, técnicos, alunos, colaboradores da Universidade e integrantes da marinha. A Andifes foi representada pela reitora Guida de Aquino (UFAC), membro da diretoria executiva da associação. Durante a solenidade, o ministro da Educação, Rossieli Soares, e as reitoras da Federal do Maranhão, Nair Portela, e do Rio Grande (FURG), Cleuza Maria Sobral, assinaram o termo de doação do navio. Após a assinatura do termo, as autoridades realizaram o descerramento da placa, realizaram o batismo do Ciências do Mar II com a tradicional quebra de um champanhe no casco do navio, além do hasteamento das bandeiras do Brasil, Maranhão e da UFMA. Os hinos do Brasil, Louvação de São Luís e da Marinha foram executados pela banda do 24º Batalhão de Infantaria de Selva.

A embarcação tem capacidade para dezoito pessoas, entre alunos e professores, além de oito tripulantes, totalizando 26 pessoas. Sob gestão da UFMA e coordenado pelo Instituto de Ciências do Mar da Universidade, o navio facilitará as aulas práticas e a formação dos estudantes de ciências marítimas, permitindo o manuseio e a operação de equipamentos de uso rotineiro em atividades científicas, como coleta, processamento e armazenamento de amostras biológicas e de dados. O Ciências do Mar II beneficiará alunos e professores das instituições da região Norte do Brasil, além do Maranhão e do Piauí.
Esta é a segunda embarcação do Projeto “Laboratório Flutuante”, de iniciativa da FURG, a ser entregue. O primeiro foi inaugurado no ano passado e está sob gestão da FURG, enquanto que os navios III e IV ficarão sob a coordenação das Universidades Federais Fluminense e de Pernambuco, respectivamente.

Equipamentos de última geração

O navio conta com uma estrutura voltada para a prática das disciplinas estudadas em sala de aula. Equipado com materiais modernos, que envolvem a hidro acústica, sísmica, pesca e geologia, a embarcação tende a estimular a aprendizagem dos alunos colocando-os em contato direto com a execução da teoria. O diretor do Instituto Ciências do Mar da UFMA, Audálio Torres Junior, ressaltou que essa embarcação, que é voltada para atender o Norte e parte do Nordeste do país, traz uma nova perspectiva para as Ciências do Mar nessas regiões.

“Os cursos nas áreas marítimas no Brasil que têm essas embarcações são todas concentradas no Sul e Sudeste. Então toda essa Costa do Norte do Brasil mais a Equatorial e a Costa Nordeste não tinham embarcações, e era necessário alugar equipamentos para realizar as atividades práticas. Mas agora, com esse projeto pioneiro no Brasil, os alunos terão a oportunidade de embarcar em um navio todo equipado. É uma excelente oportunidade para melhorar e muito a formação dos nossos discentes”, destacou Audálio.

Com um casco de 32 metros de cumprimento, três decks e 12 dias de autonomia para navegação, o navio também servirá como plataforma de pesquisa, contando com investimentos tanto na parte educacional quanto na manutenção da embarcação, como destaca o Ministro da Educação Rossieli Soares.

“A entrega deste navio é uma iniciativa muito importante para o Brasil. Esta embarcação está equipada com o que há de melhor e mais tecnológico, para que os alunos possam chegar com a prática do laboratório, realizando estudos em alto mar, que é, provavelmente, a parte mais empolgante do curso. Já estamos garantindo os investimentos para manutenção, em 2019, de todas as embarcações e, assim, vamos elevar o patamar dos nossos futuros profissionais e também o da própria pesquisa, que é fundamental para o desenvolvimento”, afirmou o ministro.

Um novo olhar para os cursos das ciências do mar

A posição estratégica do Maranhão, com a segunda maior extensão de litoral, com suas 12 bacias hidrográficas, contribuiu, significativamente, para a escolha da UFMA como gestora do navio, ressaltando que as atividades desenvolvidas no mar impulsionam a nossa economia. A reitora Nair Portela comemorou o “batizado” do navio como o crescimento de uma nova perspectiva para os cursos voltados às ciências do mar.

“Esse é um grande avanço, porque o oceano é uma porta aberta para o desenvolvimento da economia tanto local quanto nacional, e nós precisamos preparar, adequadamente, os nossos alunos para desempenhar esse grande papel, que é trabalhar para o crescimento do país e do mundo, direcionados para os estudos marítimos. É com grande alegria que hoje nós recebemos esse navio e todos nós estamos muito ansiosos para avançar nas pesquisas das ciências do mar”, enfatizou a reitora.

O projeto “Laboratório Flutuante”, que é uma iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande, surgiu de um apontamento realizado pelos pesquisadores da Instituição, que, segundo a reitora da FURG, Cleuza Maria Sobral, comprovou a necessidade de laboratórios práticos para estimular a aprendizagem desses alunos.

“Esse projeto, que visa entregar quatro navios financiados pelo MEC, teve origem em um estudo feito por coordenadores dos cursos da área de Ciências do Mar, integrando a Comissão Interministerial, onde eles apresentaram uma demanda de embarcações para que os estudantes dessa área pudessem fazer essa formação e também para o desenvolvimento de pesquisas. E, neste momento memorável para a Universidade Federal do Maranhão, estamos entregando o segundo navio do projeto”, frisou.

Para a estudante do sétimo período do curso de Oceanografia da UFMA Fernanda Soares, participar deste momento é uma emoção para os acadêmicos, uma vez que eles colocarão em prática o que aprenderam em sala de aula. “O navio terá grande utilidade em nossa área, porque nós, como futuros oceanógrafos, precisamos ter essa experiência, que é única, estar em um navio de pesquisa e de ensino, compartilhando experiências e adquirindo conhecimento, que servirá, futuramente, para a nossa profissão”, comentou.