UFMT – Exposição do patrimônio imaterial de MT realiza oficina em Brasília

Evento vai capacitar guias no campo da diversidade cultural

Como parte das atividades da Exposição Itinerante do Patrimônio Imaterial Mato-Grossense (Expoimat), será aberta nesta quinta-feira (20), às 14h, a oficina “Diversidade Cultural em Exposição”, na Casa da Cultura da América Latina (CAL), importante espaço cultural da Universidade de Brasília/ Decanato de Extensão (UnB/DEX). Esta ação faz parte das comemorações dos 45 anos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e intercâmbio entre as universidades do Centro-Oeste. A mostra será aberta à visitação na próxima terça-feira (25) também na CAL.

A oficina, focada na Educação Patrimonial é voltada para os guias que irão monitorar a Expoimat, indo assim subsidiar a aplicação da Lei 11.645 que indica que se ensine a história e cultura indígena e afro-brasileira nas escolas. As atividades seguirão até o dia de início da Expoimat.

Bens culturais
A abertura da exposição, no dia 25 de agosto, às 19 horas, contará com a participação do pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência, Fabrício Carvalho. O músico, professor e pesquisador do Departamento de Música da UFMT, Abel Anjos, irá tocar uma viola de cocho. Esse instrumento musical é um ícone cultural do pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, associado às formas de expressão do Siriri e Cururu, e neste ano comemora seus 10 anos de Registro como Patrimônio Cultural do Brasil.

A Expoimat é um projeto de extensão de Ação Afirmativa (AF) da Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev-Codex). O acervo, curadoria, apoio técnico e expográfico são do Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT. A equipe executora é do Departamento de História/Etruria-Laboratório de Estudos da Memória, Patrimônio e Ensino de História.

A exposição proporciona ao público a oportunidade de observar uma amostra dos principais bens culturais de Mato Grosso, representativos da diversidade e do patrimônio cultural do Estado, que se materializam nos artefatos da cultura material de etnias indígenas como as bonecas de cerâmica Karajá Ritxoko – saber já registrado como patrimônio cultural do Brasil, além da rede de dormir Kura Bakairi, cestos Nambijkuara, e outros.

Os visitantes poderão conhecer peças raras indígenas, e o destaque nesta nova montagem é o Paríko da etnia Bororo, que possui um grande significado cultural para o povo Bororo e está presente nos seus rituais. Vale ressaltar o Ritual Yaokwa dos Enawene-Nawe, celebração registrada como Patrimônio do Brasil, em 2010. Estão em evidência significativos bens expressivos das comunidades tradicionais ribeirinhas pantaneiras como de São Gonçalo e Limpo Grande; e ainda de grupos quilombolas como de Vila Bela da Santíssima Trindade que tem na Festança um exemplar admirável da cultura afro-mato-grossense.
Desse modo, a exposição apresenta um conjunto de imagens representativas das expressões culturais imateriais (saberes, danças, rituais, celebrações, lugares), a partir das lentes de dois importantes fotógrafos do Estado: Mario Friedlander e Laercio Miranda.

A Expoimat foi montada a partir do Inventário do patrimônio imaterial, com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e teve sua primeira edição, em 2011, no Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT (MACP). Desde então, tem circulado por diversos lugares dentro e fora do Estado: Rondonópolis (MT), Barra do Garças (MT) e Goiânia (GO), em 2012; Cáceres (MT), Vila Bela (MT), Corumbá (MS) e Brasília/DF (2013); Cuiabá, Museu do Morro da Caixa d’Água Velha, em 2014.
A professora do Departamento de História/Etruria da UFMT, Thereza Martha Presotti, coordenadora e uma das curadoras da Expoimat, conta com apoio de quatro bolsistas discentes do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS): Alexandre Arruda Peixoto, Eric Kamikiawa Kura Bakairi, José Antonio Parava Chiquitano e Natalia Ramires.

Ascom UFMT