UFPR na vanguarda da defesa da cidadania e direitos humanos

Com a superintendência a UFPR dá um grande passo na promoção da igualdade e da diversidade
O Conselho de Planejamento e Administração (Coplad) da Universidade Federal do Paraná aprovou no dia 29 de novembro, por unanimidade, a criação da Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad), unidade executiva central vinculada ao Gabinete da Reitoria que tem como missão propor, fortalecer e concretizar políticas de promoção de igualdade e de defesa dos direitos humanos.

“É um momento que engrandece a universidade”, disse o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca. Ele lembrou que a implantação de uma superintendência para gerir exclusivamente as demandas relativas a direitos humanos, diversidade e diferença na comunidade universitária coloca a UFPR na vanguarda brasileira, já que é a primeira instituição de ensino a dar essa relevância à temática.

O reitor destacou que a criação da unidade foi precedida de amplo diálogo com a comunidade universitária. “Ao longo deste ano nomeamos uma comissão para conversar com todos os grupos e movimentos envolvidos nesta pauta. Houve, ainda, diálogo com os setores das bancadas de técnicos administrativos e discentes”, afirmou.

A Sipad atuará para buscar o desenvolvimento de ações afirmativas; o reconhecimento da diferença e da diversidade; o atendimento aos direitos de pessoas com necessidades especiais, com deficiência, altas habilidades/superdotação, surdos/as, negros/as, indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, povos do campo, mulheres, LGBTIs, migrantes, refugiados/as, solicitantes de refúgio ou portadores/as de acolhida humanitária, apátridas e outros grupos histórica e socialmente subalternizados, no âmbito acadêmico, pedagógico e institucional da comunidade da UFPR.

A pró-reitora de Assuntos Estudantis, Maria Rita de Assis César, destaca que a superintendência já tem muito trabalho pela frente, pois há discussões acumuladas há muito tempo e que serão retomadas: “Já existem, na UFPR, políticas, pesquisas e discussões de núcleos e grupos de pesquisa em conjunto com coletivos e movimentos sociais a respeito de todos os segmentos. Porém agora conseguimos criar uma unidade que vai abranger todas em um só local”.

Maria Rita é pioneira nas políticas da instituição que envolvem questões de gênero e LGBTIs. “Só a questão de gênero já engloba mais de 50% da população da universidade. Agora finalmente encontramos a casa para essa temática e o lugar de elaboração de políticas contra violência de gênero e população LGBTIs. É uma alegria imensa e a coroação de tantos anos de trabalho na área”, conta.

Durante a fase de planejamento da unidade, foram realizadas inúmeras pesquisas e debates por especialistas de cada segmento – um estudo que envolveu mais de 200 pessoas da comunidade interna e externa. Segundo o pesquisador Paulo Vinícius Silva, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), a criação da Sipad vai promover ações mais coordenadas, abarcando toda a universidade. “Pretendemos fazer um plano de inclusão dialogado com a comunidade interna e externa. Vamos imediatamente colocar a construção coletiva de um plano e a estruturação de diversas ações que fortaleçam as políticas afirmativas e de inclusão, levando essa marca para os diversos programas desenvolvidos na instituição”.

Coesão

A criação da superintendência foi um trabalho que envolveu todos os setores da UFPR, que debateram, opinaram e apoiaram. Da mesma forma, o atendimento será voltado a todos que necessitarem dos serviços da unidade.

Fernanda Rubert, estudante que representa os alunos da UFPR no conselho, também destacou a relevância do tema para a classe: “Gostaríamos de expressar nosso contentamento com o trabalho da comissão. Esperamos que a Sipad ajude a coibir as manifestações de violência e tornar a UFPR um ambiente cada vez mais diverso e plural”.

A bancada representante dos servidores técnicos administrativos da instituição apóia a criação da unidade e faz questão de participar ativamente do conselho consultivo. “A implementação da Sipad eleva este tema para um espaço de discussão transversal para toda a UFPR, por isso enfatizamos a importância da garantia de abrangência para toda a comunidade”, diz Elias Sebastião Torres da Silva, um dos representantes da categoria.

Constituída por equipe técnica multiprofissional como pedagogos/as, assistentes sociais; psicólogos/as; técnicos/as administrativos e secretários/as executivos, a superintendência vai ter escuta especializada com relação a demandas de pessoas vítima de violência, serviço de acolhimento e encaminhamento adequado.