UFRA atende mais de 300 animais em X Ação Pet

Há pouco mais de um ano, a designer Gisele Barros encontrou Fhya em frente à sua loja. Na época, Gisele passava por um momento difícil e enfrentava uma depressão, e então resolveu adotar a cadela. “Na verdade, eu é que fui adotada por ela”, conta a tutora. A Fhya foi um dos animais atendidos durante a X Ação Pet, realizada na última sexta-feira (22) pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), através do Instituto de Saúde e Produção Animal (ISPA), do Hospital Veterinário, da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES) e do Projeto Vida Digna.

Na edição deste ano, 20 médicos veterinários, além de estudantes de Medicina Veterinária, participaram da ação, que atendeu gratuitamente 340 animais com consultas e curativos, além da distribuição de folder informativo sobre os cuidados que os tutores devem ter com seus pets, medicamentos e ração. O evento foi realizado no ginásio poliesportivo da Universidade, no Campus Belém, ao longo de toda a manhã até o início da tarde. A coordenação geral foi da Professora Nazaré Fonseca, coordenadora do Projeto Vida Digna.

Gisele Barros contou como sua relação com Fhya a ajudou a superar a crise. “Passei por uma frustração na área sentimental que atingiu todas as áreas da minha vida. Caí em depressão e tinha resolvido ir embora para São Paulo. Foi quando a Fhya apareceu na minha vida e eu conheci o meu verdadeiro amor. Ela me tirou da depressão, me fez desistir da viagem e me ajudou a perceber que sempre podemos recomeçar”. Sobre a ação promovida pela Ufra, a designer comenta: “é uma ação muito importante para a sociedade e para comunidade carente que vive em torno da Ufra. Esse evento é um ato de amor e solidariedade e oferece um atendimento maravilhoso”.

A Ação Pet é realizada desde 2008 como parte das atividades das turmas da disciplina de Clínica Veterinária, como uma forma de avaliar os estudantes do 6º semestre do curso de graduação da Ufra. Para a aluna de veterinária Ludmila Carreira, “além de somar para o conhecimento de nós, alunos, a Ação Pet também é uma grande prestação de serviços para a comunidade”. Segundo a estudante, a saúde animal está diretamente ligada à saúde humana: “Utilizando a prevenção e a conscientização da população, vários problemas podem ser evitados, principalmente para a população que tem menos acesso à informação”.

O médico veterinário Antônio Gomes, formado pela Universidade Federal do Tocantins (UF) e voluntário na ação, falou sobre os atendimentos realizados durante o evento. “Nós fazemos o atendimento clínico geral, conversamos com os tutores sobre como está esse animal, se ele está se alimentando bem, fazendo suas necessidades adequadamente, e observamos o comportamento físico desses animais. A Ação Pet tem essa função de instruir os tutores na questão da vermifugação, na questão dos primeiros atendimentos etc.

Quanto aos alunos, ele destaca a relevância da experiência na formação profissional de quem participa. “Aqui os alunos colocam em prática tudo o que estão aprendendo na graduação. Além disso, é muito importante não deixar o conhecimento apenas dentro da universidade, mas, sim, levá-lo para a sociedade”, afirmou.

Andrea Rosa levou seu gato Perseu para a ação e, na ocasião, o animal foi diagnosticado com problema de sarna. Para a moradora do bairro da Terra Firme, foi uma boa oportunidade não apenas para ela, mas também para outras pessoas que não podem pagar uma consulta. “Essa ação ajuda muito as pessoas que gostam dos seus animais e que querem cuidar deles, mas não têm condições”, diz a dona de casa.

E para quem achou que a Ação Pet atendia apenas cães e gatos, houve quem levou outro tipo de pet. Roberto Oliveira levou o seu coelho de estimação e foi atendido. “Na minha condição financeira atual, eu não poderia levá-lo a um veterinário, então quando fiquei sabendo da ação, resolvi vir, mesmo sem ter certeza se ele seria  atendido. Deu tudo certo e ele foi muito bem atendido. Espero que sejam feitas outras ações como essa porque são muito importantes para a comunidade carente”, comenta.