UFSM contribui para a educação inclusiva em Cabo Verde

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) contribui, desde 2008, com a construção de políticas públicas que auxiliam na educação inclusiva no arquipélago de Cabo Verde por meio do projeto Escola para Todos. Voltada para alunos com necessidades especiais de qualquer idade, a iniciativa busca oferecer o mesmo atendimento que os demais estudantes a partir de adaptações expressivas. Para desenvolvimento do projeto, o Ministério da Educação analisou as entidades de ensino superior no Brasil que pudessem agir como referência, e a UFSM foi a selecionada.

A Escola para Todos implementa ações que visam à formação de professores para atendimento aos alunos com deficiência auditiva e visual, o desenvolvimento de documentos orientados como dicionários para o registro de sinais – chamada de Língua Gestual de Cabo Verde – e a reforma de espaços para que haja a acessibilidade necessária.

As instituições de ensino em Cabo Verde elencaram seis preocupações da educação inclusiva: avaliação; ênfase à tecnologia assistiva aumentativa ou alternativa – que diz respeito à interação com quem tem dificuldade na fala; autismo; deficiência intelectual; deficiência visual e deficiência auditiva.

O Brasil já recebeu alunos cabo-verdianos, a partir do Escola para Todos, nas seguintes cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria. Na UFSM, os estudantes participaram de dois cursos semipresenciais, com uma etapa Santa Maria e a outra em Cabo Verde. Naquela oportunidade, também foi possível conhecer o atendimento oferecido aos estudantes com deficiência no Brasil.

Na primeira fase para tornar o projeto viável, professores da UFSM foram enviados a Cabo Verde. Tinham como missão explorar a educação no arquipélago e reunir informações sobre temas específicos como a formação em braile e em matemática unificada, ajuda técnica e orientação em mobilidade aos participantes.

Na segunda e atual fase, o período de missão da professora Ana Claudia Pavão e de Erli Bolzan, da Pró-Reitoria de Infraestrutura, foi de 15 dias. Os objetivos da missão foram: capacitação de professores, avaliação do dicionário de língua gestual cabo-verdiana e verificação e reforma das salas de recursos.

Na terceira fase, que deve ocorrer em 2017, procura-se construir uma política nacional em Cabo Verde. No Brasil, a política inclusiva data de 2008. Ana Cláudia Pavão avalia que houve e ainda há um diagnóstico do que é bom ou ruim, dos pontos que podem ser melhorados dentro do projeto. “Queremos ajudar Cabo Verde. Levamos nossas experiências para eles e nosso crescimento pessoal é muito grande”, enfatiza.