UFTM inicia pesquisa aprovada pela Conep sobre resposta imune à COVID-19

Uma equipe com mais de 50 pesquisadores da UFTM, com a colaboração de alunos da pós-graduação, iniciou o projeto de pesquisa “Avaliação da resposta imune na infecção pela Covid-19 em pacientes do município de Uberaba-MG”, após aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – Conep, diretamente ligada ao Conselho Nacional de Saúde – CNS. Essa é a primeira pesquisa da UFTM aprovada, no entanto, há outros quatro projetos submetidos que aguardam análise da Conep. A avaliação da Comissão inclui aspectos éticos, científicos, infraestrutura e a equipe de pesquisa.

O projeto propõe inicialmente a avaliação, o diagnóstico e o acompanhamento de 2.000 participantes. Pacientes com diagnóstico positivo, internados em qualquer hospital de Uberaba ou que estiverem em casa serão convidados a participarem da pesquisa. Os exames serão realizados na UFTM, com equipamentos e a expertise da Instituição.

O enfrentamento da pandemia da COVID-19 mobiliza equipes de saúde e de pesquisa de modo sem precedentes na história da humanidade. A infecção, que se iniciou na China, em dezembro de 2019, espalhou-se rapidamente por todo o planeta levando a infecção a milhares de pessoas em todos os continentes, com importante taxa de mortalidade, especialmente no grupo de idosos e entre os que apresentam comorbidades. “Muitas informações sobre a progressão da infecção e seu controle pelo sistema imune ainda não estão disponíveis, assim como não há ainda indicadores biológicos de risco de progressão para as formas mais graves. Diante desse desafio, propomos analisar em pacientes com infecção grave, internados em unidades de terapia intensiva e em pacientes com formas moderadas, em tratamento domiciliar, marcadores da resposta imune avaliando sua expressão e concentração nas diferentes apresentações clínicas e desfecho da evolução”, explicou o coordenador do projeto de pesquisa, professor Virmondes Rodrigues Junior.

Também serão avaliados os níveis de anticorpos IgM e IgG anti SARS CoV-2, presença de antígenos virais na urina e os níveis séricos de mediadores que controlam a inflamação. “A ideia é investigar moléculas do nosso sistema de defesa, no sistema imune, que atuam contra o vírus, mas que também podem causar inflamação. Na medida correta, que ainda não sabemos, combatem o vírus. Se em excesso, causam inflamação muito forte e prejudicam o paciente. Mas se fraca demais, não são capazes de controlar a infecção. Estudando essas moléculas chaves no processo, poderemos contribuir para as estratégias de tratamento e controle da infecção”, detalhou o pesquisador.

Virmondes destaca o trabalho da equipe e seu compromisso em contribuir com a ciência e com a comunidade. “É um exemplo de como a Universidade e a Pesquisa Brasileira contribuem para os enfrentamentos de grandes problemas brasileiros”, concluiu.