UFTM inicia pesquisa sobre eficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19

A UFTM deu início à pesquisa “Coalizão nº 5”, sob coordenação do Hospital Osvaldo Cruz, em São Paulo, como co-participante. O estudo pretende avaliar a eficácia do medicamento hidroxicloroquina no tratamento da síndrome gripal pela Covid-19, a fim de entender se o uso mais precoce na medicação poderia diminuir complicações ou a evolução da doença. A equipe da UFTM é coordenada pelo professor Rodrigo Molina, médico infectologista, e participam os professores Maria Helena de Castro e Silva e o médico Fernando Neves.

Com recursos financeiros patrocinados pelo Hospital Oswaldo Cruz, participam da pesquisa mais de cem hospitais no Brasil. A previsão é avaliar 1300 pacientes em todas as regiões do país.

A pesquisa na UFTM

Os pesquisadores da UFTM começaram a atender exclusivamente profissionais da saúde da Universidade, no andar térreo do Ambulatório Maria da Glória do Hospital de Clínicas, de segunda a sexta-feira. Não é aberto à comunidade externa. Os profissionais que trabalham em atendimentos presenciais e apresentarem sintomas de gripe, quando forem atendidos no ambulatório, serão convidados a participar da pesquisa. Não é necessário agendamento.

“Os pacientes com sintoma gripal, geralmente do sétimo a décimo dia do início, são atendidos pela equipe da pesquisa. Se acharmos que há critério de inclusão a pessoa será convidada. Depois de concordar, fará exames para Covid-19 e para segurança do uso da medicação. O paciente incluso na pesquisa receberá a hidroxicloroquina e tomará a medicação em casa por cinco dias, período em que o estado de saúde dele será monitorado a distância. Se o exame para coronavírus for negativo, orientamos a suspensão. Se for positivo, informamos o resultado e ele termina a medicação”, detalhou Molina.

Na pesquisa, os indivíduos com quadro gripal sugestivo de Covid-19, que aceitarem participar, assinam um termo de consentimento e serão sorteados para receber hidroxicloroquina ou placebo (comprimido sem qualquer efeito no organismo). É um estudo duplo cego em que nem o paciente nem quem prescreve sabe qual dos dois estão tomando. “Este tipo de estudo é a melhor forma de entender se uma medicação é melhor, pior ou indiferente em relação a um placebo. É a forma mais adequada de comprovar se a medicação, que é tão divulgada nas mídias pelo Ministério da Saúde, se tem alguma eficácia, se há comprovação em torno de seus efeitos. E quando são realizadas nas universidades, ganham patamar diferenciado, mais elevado. Por isso nós quisemos participar, a fim de comprovar mesmo se a medicação é verdadeiramente eficaz neste tipo de situação”, concluiu o coordenador da pesquisa na UFTM.