UFU apresenta situação financeira à comunidade acadêmica

Recursos recebidos para funcionamento da instituição foram R$ 30 milhões a menos que o aprovado no orçamento
A Pró-reitoria de Planejamento e Administração da Universidade Federal de Uberlândia apresentou a diretores de unidades acadêmicas e administrativas e representantes docentes, discentes e técnicos a sua situação financeira até setembro de 2015. A reunião aconteceu na Reitoria, na última terça-feira (06/10), a pedido do Conselho Universitário (Consun).

O orçamento legal da UFU aprovado para este ano é R$ 818,6 milhões, sendo R$ 619,2 milhões para despesas com pessoal, R$ 154,8 milhões para custeio (água, luz, limpeza, vigilância etc.) e R$ 44,5 milhões para investimentos (obras, por exemplo). A maior parte desses recursos chega à instituição com destino pré-estabelecido, como folha de pagamento, assistência estudantil, ações de graduação e pós-graduação e outras modalidades.

Restam os recursos de duas ações para que a universidade se mantenha: Funcionamento de Instituições Federais de Ensino Superior (Matriz Andifes) e Reestruturação e Expansão de Instituições Federais de Ensino Superior (Reuni), que deveriam totalizar R$ 132,9 milhões em 2015.

Porém, segundo o pró-reitor de Planejamento e Administração, José Francisco Ribeiro, mais conhecido como professor Tito, devido à crise da economia, principalmente das contas públicas, o governo federal estabeleceu um contingenciamento de 50% em capital e 10% em custeio. Isso limitou o orçamento real da UFU a R$ 103,5 milhões, ou seja, aproximadamente R$ 30 milhões a menos que o previsto.

A universidade ainda recebe recursos de órgãos como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig). “Mas, como todo mundo está apertado, o fluxo desse dinheiro é muito pequeno”, afirma o professor Tito. “Para se ter uma ideia, da Capes, nós só recebemos R$ 625 mil neste ano, quando o normal eram R$ 2,5 milhões. Houve um corte expressivo na Capes que afetou a pós-graduação, é recurso que não chegou à UFU”, explica o pró-reitor.

Consequências

Os contratos das obras em andamento somam R$ 92,1 milhões. Em 2014 foram pagos R$ 23,5 milhões e estava previsto o pagamento de mais R$ 37,4 milhões em 2015 e 31,1 milhões em 2016. Até agosto deste ano, a UFU pagou R$ 11 milhões, de modo que deveriam ser pagos mais R$ 26,4 milhões até dezembro.

Entretanto, restam R$ 20 milhões para o restante do ano para na categoria de investimento, o que levou a UFU a interromper algumas obras, como reformas de banheiros, melhorias em laboratórios e obras maiores nos campi Umuarama, Pontal e Patos de Minas. Em custeios, a Proplad calculou que precisaria de R$ 90 milhões até o fim deste ano, mas estão disponíveis apenas R$ 83,4 milhões.

Dos R$ 103,5 milhões que a UFU tem a receber em 2015 para seu funcionamento, foram gastos R$ 94 milhões até o dia 30 de setembro, ou seja, sobram R$ 9,5 milhões para os meses de outubro, novembro e dezembro. O orçamento da UFU e de todo o sistema federal está disponível na página do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (acesse aqui).

“É óbvio que quando o governo confirmou os cortes, nós desenvolvemos uma série de ações”, garante Tito. “O governo sabe disso aqui [a situação da UFU] e tem nos apontado a possibilidade de um aporte adicional de recursos. Estamos na expectativa. Não vai preencher todos os buracos, mas vai nos permitir respirar”, declara.

 

Diélen Borges – UFU