Nesta sexta-feira, 10, às 14 horas, o Conselho Universitário se reuniu para apreciar e deliberar sobre a recomendação do Ministério Público (MP) relativo à pré-adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e da situação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU). Na ocasião, estiveram reunidos também os representantes dos alunos, dos professores, dos técnicos administrativos e dos sindicatos. Os conselheiros decidiram depois de um intenso debate, discussão a proposta de formular um documento em resposta à recomendação do Ministério Público (MP) que contenha diagnóstico, situação e demandas do HC.

Ainda nesta resposta, foi sugerido que o MP se torne parceiro da instituição, e, neste sentido, cobre do Ministério da Saúde, Ministério da Educação, do Governo de Minas e da Prefeitura de Uberlândia ações concretas para que uma política de saúde nacional seja efetiva e cumpra o que demanda a Constituição Federal que é dever do Estado que o cidadão tenha assegurado o seu direito à saúde. Para tanto, é patente a necessidade de ampliação das verbas e recursos já ratificados por convênios assinados entre a UFU, o SUS, a Prefeitura Municipal e a Ebserh.

Foi colocado pelo Consun, quatro passos para o esclarecimento da deliberação da pauta: avaliar com mais segurança as implicações para a UFU e para a comunidade regional, sobre a pré-adesão à Ebserh; pré-adesão; pré-contrato; contrato.

Instituições de representação estiveram presentes durante toda a reunião, entre elas: diretórios acadêmicos, Diretório Central dos Estudantes (DCE), União Nacional dos Estudantes (UNE), Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia (Sintet), Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra) para expor seus pontos de vista.

A maior preocupação entre os participantes foi sobre a autonomia da universidade e de sua responsabilidade na adesão à empresa.

Opiniões dos participantes

Segundo Camila Souza, diretora do Pleno de Universidades Públicas da União Nacional dos Estudantes (UNE), a entidade se manifesta contrária à adesão da UFU à Ebserh, pois em termos gerais, para eles, a lógica de privatização dos hospitais universitários é uma afronta a autonomia da universidade. A Fasubra também se manifestou contrária. Paulo Henrique Rodrigues Santos, coordenador-geral da federação acrescenta que com a adesão o hospital passa a ser administrado segundo um projeto empresarial e não segundo os objetivos da universidade, em atenção as suas necessidades acadêmicas, de pesquisa e extensão. Para ele, o Governo do Estado e as prefeituras também deveriam se preocupar em investir no serviço prestado a saúde da população, “sem isso, sempre haverá crise nos hospitais de clinicas das universidades”, conclui o sindicalista.

É necessário informar a população dos riscos que traz a Ebserh, pois todas as experiências com a empresa estão morosas e não funcionam conforme contratado, observa Silnando S. Ferreira, coordenador-geral do Sintet. Gabriela Araújo Souza, estudante de Ciências Sociais da UFU, também contra a Ebserh, pontua que o problema de subfinaciamento, não é somente dos hospitais universitários, mas de todos os hospitais brasileiros. “É necessário que o Governo Federal invista mais em saúde. O SUS tem que ser 100% público e gerido pelo Estado Brasileiro”, finaliza a estudante.

DIRCO UFU