UnB – Depois da crise

Os recentes casos de vandalismo, depredação e profundo desrespeito observados na Universidade de Brasília (UnB) causam danos que vão além do patrimônio tangível da instituição. São episódios que agridem a alma da universidade. Quando se ocupa à força o local de trabalho de um dirigente indicado com o apoio da comunidade acadêmica, os prejuízos não recaem apenas sobre o reitor. A universidade sofre.

Nos últimos dias, ouvi discursos indignados dentro e fora da UnB. A maioria demonstrava consternação com a agressividade do grupo que invadiu e ocupou parte da sede administrativa da universidade durante mais de cinco dias. A perplexidade da comunidade acadêmica e da sociedade também é a minha. Não é admissível que, no Estado Democrático de Direito, manifestantes violentem e tomem de assalto um prédio público.

Esse tipo de acontecimento é ainda mais lamentável quando ocorre em uma universidade como a UnB, em que as principais decisões são tomadas de forma colegiada. Estudantes, professores e técnico-administrativos têm vez e voz nos conselhos superiores. A Reitoria é orientada pelos conselhos e sempre se colocou à disposição para ouvir e avaliar as demandas de qualquer representação da comunidade.

Por todas essas características, o peso simbólico da violência aqui é maior. A agressividade dos invasores afronta os valores e a tradição da universidade. A UnB é uma instituição plural, de vanguarda, guardiã de um histórico de lutas em defesa da democracia. As ações registradas nas últimas semanas estão, portanto, na contramão do que se espera de uma comunidade tradicionalmente produtiva.

Cabe destacar que a invasão foi desdobramento de outras ações reprováveis. O grupo de estudantes e não estudantes que ocupou o gabinete protesta contra a responsabilização dos envolvidos em “catracaços” no Restaurante Universitário. Também defende a realização de festas para centenas de pessoas no Instituto Central de Ciências (ICC), o principal prédio acadêmico do Campus Darcy Ribeiro, um dos símbolos da obra do grande Oscar Niemeyer e do nosso professor emérito Lelé. Tais eventos trazem distúrbios enormes ao local. Não raro, happy hours sem a autorização da prefeitura atrapalham aulas e causam estragos. Temos registros de banheiros quebrados, salas arrombadas, materiais furtados e todo tipo de lixo descartado pelos corredores.

Esses acontecimentos ferem as normas de convivência instituídas com a participação de todos os segmentos da comunidade acadêmica. O impacto do vandalismo também não pode onerar ainda mais as limitadas receitas da universidade. A administração precisa responsabilizar quem depreda. O gestor que não o faz prevarica.

Com a visão de ex-estudante, professor e reitor da UnB, fico entristecido com esses ataques à universidade. Entristecido, mas não inerte ou conformado. Estou certo de que o desenvolvimento institucional requer o firme enfrentamento desses e de outros problemas. Meu desejo é o de que todo e qualquer conflito interno seja equacionado de maneira democrática e pacífica.

Diante das circunstâncias vividas nos últimos dias, a desocupação sem a necessidade de força para cumprir a ordem judicial de reintegração de posse foi sem dúvida o melhor desfecho. Por pior que tenha sido o episódio, não gostaria de uma intervenção policial. A atuação de gestores, defensores públicos, oficiais de justiça e mesmo a reflexão de alguns dos manifestantes foram essenciais para que a situação não recrudescesse. Ressalto que não houve concessão administrativa a qualquer exigência dos responsáveis pela invasão.

Avaliações preliminares dão conta de que houve significativo prejuízo ao patrimônio durante a ocupação. Equipamentos desapareceram, há móveis estragados e documentos extraviados. A administração informará aos conselhos e tomará as medidas cabíveis assim que as perícias forem concluídas.

A despeito dos percalços que lamentamos, a Universidade de Brasília acelera para saltos qualitativos nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. A maioria de nossos estudantes e professores produz. E produz muito. Rankings internacionais divulgados recentemente mostram que a UnB subiu oito posições entre as melhores instituições de ensino superior da América Latina. Segundo o levantamento, é a quinta mais bem avaliada entre as federais brasileiras.

O desempenho nas avaliações é acompanhado pelo reconhecimento da qualidade de cursos como os dos novos campi. As primeiras turmas de graduação de Ceilândia, do Gama e de Planaltina começam a se formar com o orgulho de terem menções de excelência nas análises do Ministério da Educação. Os programas de pós-graduação de diversas áreas do conhecimento também têm se destacado em avaliações das agências de fomento científico.

Há muito a melhorar, mas também muito para se orgulhar na Universidade de Brasília. Tenho a convicção de que o nosso desenvolvimento depende de um ambiente acadêmico respeitoso. Todos nós precisamos trabalhar incansavelmente para estabelecer esse cenário favorável de tranquilidade. Tenho certeza de que essa é a disposição da maioria.

Ivan Camargo – Reitor da Universidade de Brasília

Publicado no jornal Correio Braziliense 

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