UnB – Diretores discutem situação orçamentária

Administração abriu as contas e explicou estratégias para enfrentamento ao déficit de R$ 92,3 milhões
A administração da Universidade de Brasília (UnB) realizou, nesta sexta-feira (23), apresentação para diretores de institutos e faculdades e para gestores de órgãos auxiliares e complementares sobre a situação orçamentária da instituição. No encontro foram detalhadas as estratégias de enfrentamento ao atual cenário. Para este ano, o déficit previsto é da ordem de R$ 92,3 milhões.

“A situação das universidades federais mudou nos últimos dois anos. Hoje, esbarramos na questão do teto orçamentário”, lembrou a reitora, Márcia Abrahão, em referência à emenda constitucional nº 95, que estabeleceu um teto para os gastos públicos.

Aprovado em dezembro pelo Conselho Universitário (Consuni) e pelo Conselho de Administração (CAD), e disponível na página do Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO), o orçamento é peça conhecida dos docentes e gestores. A reitora ressaltou que convocou o encontro com diretores e gestores “para garantir que todos sejam informados sobre a situação”.

Para enfrentar o déficit e fechar as contas, a Universidade espera atingir um incremento de receita da ordem de R$ 50,8 milhões, incluindo eventuais remanejamentos orçamentários. Além disso, será necessária uma redução de despesas de R$ 39,8 milhões. Os contratos de prestação de serviços, herdados pela atual administração da UnB, somam R$ 214,5 milhões, enquanto o orçamento de custeio – destinado a despesas como água, luz, limpeza e segurança – chegam a R$ 137 milhões (fonte do Tesouro).

“O Ministério da Educação diz que as universidades têm orçamento crescente, mas isso só ocorre para as despesas obrigatórias, ou seja, os gastos com pessoal do quadro e com encargos sociais”, explicou a decana do DPO, Denise Imbroisi. “Mas do ponto de vista das despesas discricionárias, que incluem as de manutenção, temos visto um orçamento cada vez menor. Trabalhamos em um horizonte em que a UnB tem quantitativo crescente de estudantes, o que é muito bom; em contrapartida, menos orçamento”, lamentou.

A expectativa do DPO é de que a redução de despesa ocorra por meio de ajustes em contratos de prestação de serviço e na política de subsídios ao Restaurante Universitário (RU), que está sendo debatida pelo CAD. Outra redução deve ocorrer a partir de 30 de abril, nos contratos de estágio. Hoje mantidos pela administração, esses processos serão descentralizados para as unidades acadêmicas, que poderão geri-los conforme a necessidade.