Cerca de 200 pesquisadores da UnB participam do maior encontro científico do país. Edição de Rio Branco tem a preservação da Amazônia como principal tema

Há mais de seis décadas, cientistas do Brasil inteiro se reúnem todos os anos num estado diferente da federação para falar de ciência e a importância dela no dia a dia das pessoas. Neste ano, o encontro acontece em Rio Branco, no Acre, entre os dias 22 e 27 de julho.

Pesquisadores, gestores e representantes de diversas sociedades científicas, inclusive do exterior, vão estar na capital acreana para apresentar trabalhos e debater os rumos da ciência no país. A estimativa é de que mais de 20 mil pessoas participem do evento no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac).

“Muita gente pensa que a SBPC congrega apenas cientistas”, diz o decano de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade de Brasília, professor Jaime Santana, que também é membro do Conselho Nacional da SBPC.

“A entidade reúne, em realidade, todos os amigos da ciência, pessoas que acreditam na pesquisa de qualidade para o desenvolvimento social e cultural, sejam elas trabalhadores, empresários ou políticos”, completa.

A estudante Maísa Campos (centro) na SBPC em Recife (PE) no ano passado. Ela participa do encontro em Rio Branco (AC) neste ano com um projeto sobre fotobiorreatores

UnB na SBPC – Segundo o decano, cerca de 200 pesquisadores da Universidade de Brasília vão estar presentes no evento. “Deste total, 75 trabalhos são de alunos de graduação”, cita.

É o caso da estudante de Engenharia Elétrica Maísa Campos, 22 anos, que participa pela segunda vez. “Desenvolvi um sistema de controle para fotobiorreatores”, explica. “Apresentei a pesquisa no ano passado. Este ano, levo o projeto de novo, agora montado”, conta.

Para ela, não existe melhor oportunidade para trocar informações com quem entende do assunto. “A experiência é grandiosa”, avalia. “Encontramos pesquisadores de destaque de todo o país e voltamos de lá com novas ideias para desenvolver os projetos.”

A estudante de Farmácia Flaviane Lara, 21 anos, tem opinião semelhante. Ela diz que a reunião da SBPC é uma oportunidade de ver o que há de mais atual em cada área do conhecimento.

“Foi muito bom conhecer profissionais que atuam na indústria farmacêutica”, diz. “A partir de sugestões deles, otimizei um método de análise para avaliar a estabilidade de medicamentos.”

AMAZÔNIA – Com o tema Ciência e Tecnologia para uma Amazônia sem Fronteiras, a novidade deste ano é a SBPC Indígena e Extrativista.

Em busca de estratégias para preservar a biodiversidade, assuntos como mercado verde e fixação de cientistas na Amazônia vão ser discutidos nesses espaços.

A ideia é promover o diálogo entre cientistas e povos que vivem da floresta.

CIÊNCIA PARA TODOS – Além da parte científica do evento, com quase 200 atividades voltadas para especialistas e pesquisadores, o encontro prevê atividades abertas ao público em geral, como forma de popularizar a ciência feita em centros de pesquisa e laboratórios.

O visitante pode assistir a palestras e conferir a mostra de ciência, tecnologia e inovação (ExpoT&C), por exemplo. Uma série de apresentações artísticas também acontece ao longo da semana (SBPC Cultural).

Para crianças e estudantes do ensino básico estão previstas uma série de atividades lúdicas, como jogos, oficinas, teatro e visitas guiadas (SBPC Jovem). No final de semana, as atividades são para toda a família.

Com exceção dos minicursos, o acesso é livre e gratuito.

Andre Deak