Unifesp desenvolverá projetos focados em direitos humanos com colaboração da Universidade de Oxford

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) venceu o edital lançado pelo British Council, a Presidência da República e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), o qual consiste em uma nova chamada do programa Institutional Links com a utilização de recursos do Newton Fund no Brasil. O objetivo da iniciativa é apoiar pesquisas e trabalhos sobre Antropologia Forense sob a ótica dos Direitos Humanos.

A chamada visa promover a parceria entre instituições brasileiras e britânicas de ensino superior e/ou pesquisa. O projeto apresentado pela Unifesp, intitulado “Violência do Estado no Brasil: um estudo dos Crimes de Maio de 2006 na perspectiva da Justiça de Transição e da Antropologia Forense”, será desenvolvido por meio de colaboração entre o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da instituição e o Centro Latino Americano – Escola de Estudos Interdisciplinares, da Universidade de Oxford, pelo qual receberão financiamento no valor de £ 220.000,00 (duzentos e vinte mil Libras Esterlinas).

Para a realização da proposta, serão desenvolvidas ações em três frentes distintas: A realização de um curso de Direitos Humanos e Antropologia e Arqueologia Forense, cujo objetivo é disseminar o conhecimento internacional sobre o tema; a organização de seminários internacionais, sendo um no Brasil e outro na Inglaterra, possibilitando a troca de informações e experiências entre especialistas de vários países; e a produção de uma pesquisa sobre os crimes de maio de 2006, quando ocorreram 43 episódios de mortes de civis por armas de fogo na Baixada Santista, pelos quais os agentes do Estado não foram responsabilizados.

O CAAF foi criado em 2013, com o objetivo inicial de capacitar profissionais nas áreas de antropologia e arqueologia forense. Hoje uma das atividades do centro é colaborar com o processo de identificação das ossadas encontradas em uma vala clandestina no Cemitério João Bosco, no bairro de Perus, em São Paulo. Acredita-se que entre os restos mortais possam estar desaparecidos políticos da época do regime militar. Após finalizadas as análises, a Unifesp pretende tornar o laboratório um espaço fixo para investigar desaparecimentos atuais, bem como consolidar e expandir a antropologia e arqueologia forense no Brasil.

ASCOM – Universidade Federal de São Paulo