Sistema misto e Sisu integram as possibilidades de entrada na universidade

Nos dias 26 e 27 de outubro o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) foi aplicada em todo o país. Aproximadamente 8 mil estudantes de várias regiões do Brasil se inscreveram para fazer a prova que dá acesso às universidades. Estes alunos almejam poder entrar nas faculdades de qualidade do país, e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), uma das mais conceituadas, oferece essa possibilidade, com duas formas de ingresso dependendo do curso que se desejar prestar: pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), sistema gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC) no qual as instituições públicas de ensino superior disponibilizam vagas para os candidatos ou por meio do sistema misto, em que além do Enem há uma prova complementar no vestibular da UNIFESP, e a avaliação final é dada de acordo com a junção das duas notas. No total são 2909 vagas para todos os cursos, sendo que 2431 são para o Sisu e 478 no sistema misto.

Atualmente cursos como Nutrição, Farmácia, História, Administração, Bacharelado em Ciências da Tecnologia, entre outros aderiram ao Sisu, já Medicina, Ciências Biológicas, Engenharia Química, Biomedicina, Enfermagem e Fonoaudiologia adotam a nota do Enem parcialmente e selecionam seus candidatos através do sistema misto. A professora do Departamento de Educação da EFLCH (Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e Pró-Reitora de Graduação da Unifesp, Maria Angélica Minhoto explicou o motivo da existência desses dois métodos de ingresso na universidade, esclarecendo que para os cursos mais antigos, como a Medicina, o sistema de escolha utilizado já é consolidado e respeitado, no que pesa a opção destes de mantê-lo, uma vez que gostam do tipo de aluno que é selecionado. Os mais novos, como Engenharia Química e Ciências Biológicas, segundo Maria Angélica, optam por esse sistema, pois têm receio de que abrindo para o Sisu ampliariam demais o tipo de estudante, vindos as vezes de lugares distantes, e não possuiriam meios de segurá-los aqui, aumentando o nível de evasão. “É uma grande responsabilidade nós colocarmos um curso altamente concorrido, trazer este aluno e a universidade não fornecer as condições necessárias e suficientes para recebê-lo”, comentou.

Além desse fator, explica a Pró-Reitora, com a abertura ao Sisu, a relação candidato/vaga de alguns cursos muito concorridos cresceria. “O que acontecerá com a medicina, por exemplo, atualmente com quase 130 candidatos por vaga, se a colocarmos na plataforma do Sisu?” Na avaliação da professora o novo Enem, implementado desde 2009, ainda possui algumas falhas. “Acho que Enem promete algumas coisas muito difíceis de cumprir, porém houve uma evolução na prova, esta recebeu críticas e o Ministério mudou aspectos desta. Há um problema de generalizar o ensino no país, como ele avalia o nacional e nós somos muito diferentes, será que o ensino médio no Acre tem que ser a mesma coisa no Rio Grande do Sul?” Contudo há uma tendência de todos os cursos da Unifesp adotarem o Sisu como sua única forma, conforme relatou Maria Angélica, há uma cultura institucional da universidade que deve ser respeitada, segundo esta, mas provavelmente o plano é ir nesta direção. “Eu tenho feito estudos na PROGRAD (P?o-Reitoria de Graduação) para mostrar a alguns cursos, os quais estão no sistema misto, que eles podem migrar para o Sisu sem muitos problemas, mas isso ainda está em processo de estudo”, finalizou.

Ascom Unifesp